Médico destaca que uma vida saudável é tão importante quanto o planejamento financeiro
O geriatra e nutrólogo Leandro Minozzo fez um alerta relevante: envelhecer com qualidade envolve muito mais do que acumular reservas financeiras; trata-se de fazer escolhas conscientes e saudáveis ao longo da vida. “Cuide da sua saúde. Não adianta ter 2,6 milhões investidos se você enfrentar uma doença que comprometa sua qualidade de vida”, enfatizou o especialista. Para Minozzo, a verdadeira vantagem da longevidade se revela na autonomia, vitalidade e capacidade de desfrutar do futuro que se planeja.
Essa temática foi central no painel do Seminário de Previdência Complementar do Servidor Público, intitulado “Quem planeja realiza”. Moderado pela diretora de Seguridade da Funpresp, Regina Dias, o debate contou com a participação de Mórris Litvak, sócio-diretor e fundador da Maturi, e do próprio Leandro Minozzo. O foco do painel foi a “Economia Prateada” e como as decisões dos mais de 50 anos estão moldando a sociedade, além de discutir como se preparar profissionalmente para essa faixa etária.
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O geriatra alertou para o perigo de acreditar que no futuro haverá tempo para cuidar da saúde, ou que a evolução médica solucionará todos os problemas. Segundo ele, adotar hábitos saudáveis desde cedo, especialmente a prática de atividades físicas, não só melhora a qualidade de vida como também diminui os gastos durante a aposentadoria. Minozzo citou uma pesquisa americana que revela uma economia anual entre R$ 4 mil e R$ 10 mil para aqueles que se mantêm ativos fisicamente a partir dos 30 anos. E mesmo quem inicia essa prática após os 45 anos ainda pode se beneficiar.
“Não se deixem enganar pela ilusão de que tudo está sob controle, que terão tempo para cuidar da saúde no futuro e que as inovações médicas resolverão tudo. Quanto mais atividades físicas você realizar, menos precisará gastar na aposentadoria”, alertou Minozzo. Ele destacou que um dos maiores investimentos que uma pessoa pode fazer é na própria saúde, pois não é possível comprar disposição, ausência de dores ou um bom estado de saúde com dinheiro. Essas conquistas resultam do autocuidado.
Quando se fala em longevidade, essa vida longa se transforma em um triunfo apenas quando a pessoa consegue manter a autonomia, um propósito e participação ativa, especialmente após os 50 anos. Essa reflexão conecta-se diretamente com os comentários de Mórris Litvak, que enfatizou a importância de se preparar para novas oportunidades de atuação profissional na maturidade. Segundo ele, a economia prateada já está alterando o mercado de trabalho, demandando não apenas saúde, mas também atualização constante, redes de apoio e habilidade para se reinventar ao longo da vida.
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Litvak também destacou que a longevidade está transformando rapidamente o cenário de trabalho, exigindo uma preparação contínua para além dos 50 anos. Ele lembrou que a pirâmide etária do Brasil está se invertendo rapidamente, com menos jovens entrando no mercado e uma população cada vez mais longeva. Estima-se que em 2040, 57% da força de trabalho terá mais de 45 anos e, em 2050, um terço dos brasileiros terá mais de 60 anos.
Diante desse panorama, é crucial que empresas, órgãos públicos e profissionais se adaptem para lidar com a escassez de jovens talentos e promover equipes intergeracionais. Litvak observou que, apesar da existência do Estatuto da Pessoa Idosa, ainda há discriminação etária no mercado, e que a maturidade exige constante atualização, reinvenção e um propósito definido. Por isso, a Maturi atua na recolocação e capacitação de profissionais acima dos 50 anos, além de ajudar organizações a criar ambientes “age-friendly”, conceito que já é uma realidade em outros países e está em expansão no Brasil.
A integração entre diferentes gerações, tanto no ambiente de trabalho quanto fora dele, é fundamental para ampliar o repertório, aprimorar a tomada de decisões, aumentar a criatividade e impulsionar a produtividade. Esses efeitos são respaldados por estudos e experiências em diversas empresas. Embora reconheça que esse processo pode ser desafiador, especialmente em organizações que ainda favorecem profissionais mais jovens, Litvak argumenta que o convívio intergeracional ajuda a reduzir a rotatividade, melhora o clima organizacional e pode levar a melhores resultados financeiros.
“Precisamos nos preparar para a nossa longevidade profissional. Isso significa refletir desde já sobre um plano B. O que farei depois? Mesmo antes da aposentadoria, ao envelhecer e reavaliar meu legado e propósito, eu me pergunto: o que faz sentido para mim? Talvez eu queira fazer algo diferente ou desenvolver um projeto paralelo ao meu trabalho principal. O que será esse plano B? O hobby que tenho poderá se transformar na minha profissão futura?”, refletiu Litvak.
Sobre o Seminário
O Seminário de Previdência Complementar do Servidor Público, intitulado “Quem planeja realiza”, é resultado de uma colaboração entre Funpresp-Exe, Funpresp-Jud e DF-PreviCom, com o apoio do Conselho da Justiça Federal neste ano. O evento visa promover debates e disseminar informações sobre educação financeira e previdenciária, oferecendo aos participantes ferramentas para construir um futuro financeiro mais seguro.

