As exportações de Alagoas e os Novos Desafios
As exportações de Alagoas para os Estados Unidos sofreram uma retração de 8,6% entre janeiro e julho deste ano, um período em que ainda não estavam em vigor as tarifas de 50% aplicadas pelo governo de Donald Trump aos produtos brasileiros. Isso se torna um indicativo de que, mesmo antes da imposição das taxas, as vendas já enfrentavam dificuldades.
De acordo com dados divulgados na última quinta-feira, 7, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as transações comerciais de Alagoas com os EUA durante esses sete meses totalizaram US$ 51,5 milhões, o que equivale a R$ 279,96 milhões com a cotação atual. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, houve uma queda absoluta de US$ 4,9 milhões, ou R$ 26,64 milhões.
Com essa tendência de queda nas exportações para os Estados Unidos, a Argélia acabou subindo para a terceira posição no ranking dos principais compradores dos produtos alagoanos, um lugar que anteriormente pertencia aos americanos. O levantamento do MDIC revela que as exportações para o país africano atingiram US$ 66,9 milhões, apresentando um impressionante aumento de 86,5% em relação ao mesmo período do ano passado, o que representa um acréscimo de US$ 31,1 milhões.
Os Novos Líderes nas Compras
No cenário das exportações alagoanas, o Canadá emerge como o maior comprador, respondendo por 18,8% das transações. Na sequência, estão a China com 15,4%, a Argélia com 12,5%, os Estados Unidos com 9,6%, a Geórgia com 7,4% e a Croácia com 5,4%.
Embora os números anuais mostrem uma diminuição nas vendas para o mercado americano, é importante notar que em julho, as exportações para os EUA registraram um crescimento de 22,2% em comparação ao mesmo mês do ano passado, totalizando US$ 7,2 milhões.
Quando se observa as exportações de Alagoas de maneira geral, houve uma queda de 5,8% no acumulado do ano, que atingiu US$ 536,7 milhões. Em contrapartida, as importações realizadas por empresas alagoanas no período foram de US$ 578,5 milhões, significando um crescimento de 24,7% em relação ao mesmo período de 2024.
A Balança Comercial de Alagoas e a Situação do País
Esses números resultaram em um déficit na balança comercial de Alagoas de US$ 41,8 milhões, ou aproximadamente R$ 227,23 milhões. Em uma análise mais ampla, o cenário nacional também apresenta uma evolução: as exportações do Brasil cresceram 4,8% em julho em comparação ao mesmo mês do ano anterior. No total, o país exportou R$ 198 bilhões em produtos até julho. O governo federal atribui esse crescimento expressivo aos intercâmbios comerciais com os Estados Unidos, México, Argentina, União Europeia e Japão.
Leia também: Tarifa de Trump Ameaça Exportações de Mel Orgânico do Piauí: Entenda as Diferenças com o Mel Convencional
Em termos de volume, o aumento das exportações foi ainda mais significativo, alcançando 7,2% em comparação com julho do ano passado. “No mês passado, o Brasil alcançou exportações de US$ 32,31 bilhões. Até julho, as vendas externas brasileiras totalizaram US$ 198 bilhões, representando um modesto crescimento de 0,1% em valor e 2% em volume em relação ao mesmo período do ano anterior. A corrente de comércio no ano soma US$ 359 bilhões, com um saldo positivo de US$ 37 bilhões”, informou o ministério.
Além disso, o crescimento das exportações abrangeu uma diversidade de destinos. A Argentina, por exemplo, destacou-se com um crescimento de volume de 42,4% em comparação a julho de 2024. O México observou um aumento de 17,2%, enquanto as exportações para a União Europeia cresceram 7,4% e para o Japão, 7,3%. Nos Estados Unidos, o crescimento foi de 5%, mostrando que, apesar da adversidade, ainda há espaço para otimizações nas relações comerciais.