Otimismo no Mercado Aumenta com Acordos Internacionais
Nesta quarta-feira (23), o dólar teve uma queda significativa de 0,80%, encerrando o dia cotado a R$ 5,5223. Em contraste, o Ibovespa, o principal índice da bolsa brasileira, apresentou uma alta de 0,99%, alcançando 135.368 pontos. O clima de otimismo no mercado pode ser atribuído à postura do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que, após firmar um acordo importante com o Japão, sinalizou a possibilidade de outros entendimentos com a União Europeia.
Os investidores começaram a se sentir mais confiantes, o que gerou uma maior disposição para assumir riscos nos ativos. Até o momento, Trump anunciou três acordos comerciais, sendo o mais recente com o Japão, que foi descrito pelo ex-presidente como “o maior da história”. Esse acordo estabelece uma tarifa de 15% sobre produtos japoneses e promete a abertura do mercado japonês para os produtos americanos.
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Essa notícia teve um impacto positivo nas bolsas asiáticas, que fecharam em alta. O Nikkei, principal índice japonês, por exemplo, avançou 3,5%, alcançando seu maior nível desde julho de 2024. O crescimento foi impulsionado principalmente por ações do setor automotivo, que também se beneficiarão de uma redução nas tarifas, chegando a 15%. As ações da Toyota foram as mais notáveis, disparando mais de 14% durante a sessão.
Além disso, na véspera, Trump havia assinado um acordo com as Filipinas, que prevê uma tarifa de importação reduzida de 10%. Nesse novo arranjo, os produtos americanos não serão tributados, o que pode aumentar a competitividade dos itens dos EUA no mercado filipino.
Desafios Econômicos no Cenário Interno
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Enquanto isso, no âmbito interno, a atenção continua voltada para as contas públicas do Brasil. Na terça-feira, foi anunciada a liberação de R$ 20,6 bilhões no orçamento de 2025 pelos Ministérios da Fazenda e do Planejamento. Esses recursos estavam congelados desde maio e foram desbloqueados após uma revisão das receitas e despesas previstas para o ano corrente.
O governo federal projetou um déficit de R$ 74,9 bilhões para 2025. Contudo, ao considerar a redução de precatórios, que totaliza R$ 48,6 bilhões, e as margens de manobra do arcabouço fiscal de R$ 31 bilhões, o governo acredita que conseguirá atingir a meta fiscal estabelecida para este ano.
Esses fatores têm implicações diretas sobre o mercado. No que diz respeito ao desempenho do dólar e do Ibovespa, os últimos números são os seguintes:
- dólar: Acumulado da semana: -1,17%; Acumulado do mês: +1,63%; Acumulado do ano: -10,64%.
- Ibovespa: Acumulado da semana: +1,49%; Acumulado do mês: -2,51%; Acumulado do ano: +12,54%.
O comportamento do câmbio e do mercado acionário reflete não apenas a nova dinâmica dos acordos comerciais, mas também a situação fiscal do Brasil, que continua a ser um ponto crucial de análise para investidores e economistas.