Recordações e Impactos de Didira no Futebol
No calor das férias em Maceió, o ex-técnico Vica reviveu momentos marcantes da carreira do meia Didira. Para ele, Didira é um dos maiores talentos que Alagoas já produziu, especialmente por suas contribuições decisivas em clubes como o ASA e o CSA. No ASA, Didira se destacou como um verdadeiro campeão, enquanto no CSA, ajudou a impulsionar a equipe da Série D até a elite do futebol nacional.
"Desde que cheguei ao ASA, Didira se destacou como o melhor jogador alagoano que atuei até aqui. Não posso falar de antes, pois não estava acompanhando. O que esse jogador fez em campo é impressionante. Já precisei dele em várias posições: como lateral-esquerdo, volante, lateral-direito, meia e até atacante. Ele sempre teve uma fome de bola inigualável. Fica fácil trabalhar com um atleta desse, porque ele quer sempre jogar", destacou Vica, que não poupou elogios ao jovem jogador.
Vica também mencionou uma frase do ex-jogador Zé Roberto que ressoou entre os garotos em São Paulo: "Nem sempre o talentoso vence no futebol. Às vezes, o que falta em talento é compensado pela dedicação. O atleta dedicado sempre chega mais longe do que aquele que possui apenas habilidade". Para Vica, Didira sempre foi essa combinação perfeita de disposição, talento e disciplina no campo.
"Um momento marcante foi em uma partida contra o Vasco na Copa do Brasil, quando precisei dele como lateral-esquerdo. Na final contra o Corinthians-AL, o coloquei como lateral-direito, mas também como um ponta-livre. Quando ele tem liberdade, é impressionante como ninguém consegue marcá-lo. Didira balançou as redes em momentos cruciais para nós", relembra Vica.
A Transição Para o Atlético-MG
A transferência de Didira para o Atlético-MG foi outro ponto importante na conversa. Vica recordou de uma ligação que recebeu de Cuca, então técnico do Atlético, solicitando a contratação do meia. "Cuca me disse: ‘Vica, preciso desse meia, pois meu time pode enfrentar problemas e preciso de jovens da Série B para reforçar a equipe’", detalhou Vica.
Embora a promoção de Didira representasse uma excelente oportunidade para sua carreira, a saída do jogador complicou o panorama do ASA no fim da Série B daquele ano. O time terminou em 16º lugar, apenas um ponto à frente do Icasa, que foi rebaixado. "Quando Cuca tirou o Didira, avisei a diretoria: ‘Precisamos garantir um pagamento ao ASA, fixar o passe e assegurar um valor para Didira’. Faltavam três ou quatro jogos e estava claro que o rebaixamento era uma possibilidade real. Liberamos Didira, e a situação se tornou crítica para nós", lamentou o ex-treinador.
Ao final, a transferência gerou um montante de aproximadamente R$ 300 mil para o ASA. Didira encarou o novo desafio em Minas Gerais com maturidade e, segundo Vica, essa experiência foi crucial para sua evolução como atleta, permitindo-lhe conhecer o futebol em um nível mais elevado, em um clube de renome como o Atlético-MG, sob a orientação de um treinador respeitado como Cuca e ao lado de jogadores experientes.
O Legado de Didira e a Esperança para o Futuro
Vica concluiu suas reflexões sobre Didira falando não apenas sobre seu talento dentro de campo, mas também sobre sua ética e caráter. "Didira é um grande ser humano e um jogador completo. Ele merece todo o respeito, principalmente por ser alagoano. Estou certo de que ele se sairá muito bem no Penedense e dará trabalho. Quando entra em campo, ele não brinca, vai sempre buscar jogar da melhor forma", finalizou Vica, deixando claro o legado que Didira deixará no futebol alagoano.

