A Responsabilidade pelo prejuízo Chegou
A situação da Braskem em Alagoas, marcada por um histórico de alertas ignorados, levanta questões cruciais sobre a responsabilidade das autoridades locais. Diversos alertas foram feitos a representantes municipais, estaduais e federais, além de tentativas de diálogo com lideranças das vítimas e com membros do judiciário. Mesmo assim, as reivindicações sobre a necessidade urgente de uma abordagem colaborativa em relação à crise da empresa foram recebidas com indiferença.
Apesar das constantes advertências, as autoridades falharam em agir de forma eficaz. Mesmo quando se tratou de proteger os interesses dos credores, tanto públicos quanto privados, houve uma clara omissão. Estou há mais de um ano observando a Braskem, enquanto a mídia nacional dedicada à economia frequentemente elogia a companhia, sem aprofundar a análise de suas dificuldades financeiras.
No contexto atual, a Braskem se encontra em uma trajetória preocupante e, se a situação financeira se mantiver, a recuperação judicial se tornará uma realidade inevitável. Há cerca de duas semanas, a situação já era clara para aqueles diretamente envolvidos com o caso. Apesar das evidências e discussões em reuniões públicas, a inação persistiu.
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Para aqueles que não estão familiarizados com o assunto, é importante destacar que o maior credor da Braskem está tomando medidas. Os bancos têm contratado consultorias para criar um fundo que possibilite a aquisição das ações da Novonor, empresa controladora da Braskem. O objetivo é sanear a companhia e eventualmente vender suas ações em um período que pode levar até uma década, o que implica em incertezas para os 120 mil credores da região.
Essa realidade é um reflexo do descaso das autoridades, que se mostraram inertes diante do problema. Os credores alagoanos, que já enfrentam dificuldades financeiras, agora também terão que lidar com as consequências da falta de ação dos responsáveis. Ao que tudo indica, a conta da omissão finalmente chegou, e o impacto negativo é palpável.
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É essencial que, no desenrolar dos eventos relacionados à Braskem, a responsabilidade por essa situação seja atribuída aos culpados. Uma vez que as ações necessárias não foram tomadas a tempo, é inevitável que uma lista de nomes seja divulgada, identificando aqueles que falharam em agir quando tinham a oportunidade. A indignação é justificada, pois muitos dos afetados podem ser considerados vítimas do que se define como uma ignomínia para Alagoas e Maceió.
A corrupção e o atraso nos processos decisórios são problemas que permeiam a história da região, e a situação da Braskem apenas ressalta essa realidade. Infelizmente, a falta de comprometimento das autoridades se reflete na vida de milhares de alagoanos que agora se veem em uma situação financeira desoladora.