Um Marco nas Sanções Europeias
A União Europeia (UE) selou um acordo histórico ao aprovar a 18ª rodada de sanções contra a Rússia, em retaliação à invasão da Ucrânia. A nova legislação inclui um conjunto robusto de medidas que visam impactar severamente a indústria russa de petróleo e energia. A declaração de Kaja Kallas, responsável pela política externa do bloco, destacou que “a UE acaba de aprovar um dos mais rigorosos pacotes de sanções contra a Rússia até o presente momento”.
Entre as novas disposições, o teto máximo para o preço do petróleo russo foi reduzido para US$ 47,60 por barril, segundo informações de diplomatas envolvidos nas negociações. Esse valor é consideravelmente inferior ao preço internacional do petróleo, que gira em torno de US$ 70 por barril de Brent, indicando uma estratégia agressiva para restringir ainda mais os recursos financeiros de Moscou.
“Nós permaneceremos aumentando os custos da guerra até que a única alternativa que reste a Moscou seja o fim da agressão”, afirmou Kallas durante a manhã de sexta-feira (18). O novo pacote de sanções também proíbe transações relacionadas ao gasoduto Nord Stream, bem como a atividade no setor financeiro russo.
Repercussões e Apoio Internacional
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, expressou seu entusiasmo nas redes sociais: “Saúdo o acordo sobre o nosso 18º pacote de sanções contra a Rússia. Estamos atingindo o coração da máquina de guerra russa, visando os setores bancário, energético e militar-industrial, e introduzindo um teto dinâmico para o preço do petróleo”.
O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, também celebrou a decisão em sua conta no X, afirmando: “Está feito! Os países europeus adotaram sanções sem precedentes contra a Rússia e seus apoiadores, com a França desempenhando um papel crucial. Junto com os Estados Unidos, vamos forçar Vladimir Putin a buscar um cessar-fogo”.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, recebeu a notícia com entusiasmo e comentou que essa nova rodada de sanções “chega em um momento oportuno”. Porém, a decisão não foi isenta de desafios. A Eslováquia, por exemplo, mostrou resistência em aprovar as medidas, exigindo garantias de Bruxelas em um plano separado para reduzir as importações de gás russo, com a meta de cortá-las completamente até 1º de janeiro de 2028.
Estados Unidos Aceleram Apoio Militar à Ucrânia
Enquanto isso, na quinta-feira (17), os Estados Unidos anunciaram que estão agilizando a entrega de armamentos à Ucrânia, em continuidade a um plano apresentado por Donald Trump no início da semana. O embaixador americano na OTAN, Matthew Whitaker, revelou que o governo está considerando a venda de sistemas de defesa aérea Patriot de seu próprio estoque. “As coisas estão avançando rapidamente”, ressaltou Whitaker, embora não tenha confirmado uma data precisa para a conclusão das entregas.
O general Alexus Grynkewich, comandante americano na Europa, acrescentou que as preparações para o envio dos sistemas Patriot estão em andamento. Na segunda-feira, Trump anunciou um projeto, em colaboração com o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, para que aliados europeus e o Canadá adquiram armamentos americanos, incluindo os sistemas avançados Patriot para a Ucrânia.
Vários países da Europa, como Alemanha, Noruega, Países Baixos, Dinamarca e Suécia, manifestaram interesse em participar do projeto. Contudo, ainda existe a preocupação sobre como garantir um transporte eficiente desses equipamentos para a Ucrânia, que enfrenta ataques constantes das forças russas. O embaixador Whitaker também indicou que pode haver uma “conversa em andamento” sobre a possibilidade de os Estados Unidos fornecerem os sistemas Patriot já disponíveis em seus próprios estoques.
Ele enfatizou que “nunca iremos colocar os Estados Unidos em desvantagem estratégica; garantiremos que todas as nossas necessidades sejam atendidas”. Com o reconhecimento das necessidades urgentes da Ucrânia no campo de batalha, ele destacou que a proteção das cidades ucranianas é uma prioridade. Outra alternativa em discussão é a possibilidade de países europeus enviarem seus próprios sistemas, que seriam posteriormente substituídos pelos Estados Unidos. O embaixador americano também mencionou que as comunicações com os aliados europeus estão em andamento, com expectativas de anúncios no final de setembro ou início de outubro. “Concordamos que não deve haver surpresas ou vazios na arquitetura estratégica da Europa”, concluiu.