Expectativas sobre a Inflação em 2024
O mercado financeiro ajustou suas previsões para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a principal referência para a inflação no Brasil. A expectativa para este ano caiu de 5,09% para 5,07%, consolidando a décima revisão consecutiva registrada no Boletim Focus, publicado na última segunda-feira (4). Essa pesquisa é feita semanalmente pelo Banco Central (BC) e reflete as expectativas das instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos.
A projeção para 2026, por sua vez, teve uma leve alteração, passando de 4,44% para 4,43%. Já para os anos de 2027 e 2028, as estimativas se fixaram em 4% e 3,8%, respectivamente. É interessante notar que a previsão para 2025 ainda se encontra acima do teto da meta de inflação estabelecida pelo BC, que é de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5 pontos percentuais para cima ou para baixo, resultando em limites que variam entre 1,5% e 4,5%.
Desempenho da Inflação em Junho
Em junho, mesmo diante da pressão dos preços da energia elétrica, a inflação oficial, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentou uma desaceleração significativa ao fechar em 0,24%. Essa diminuição foi marcada pela primeira queda nos preços dos alimentos após um período de nove meses. Embora a inflação tenha mostrado sinais de desaceleração nos últimos meses, o índice acumulado em 12 meses bateu em 5,35%, permanecendo acima do teto da meta de 4,5% por seis meses consecutivos.
Essa sequência de meses superando o limite configurou um estouro da meta estabelecida pelo novo regime que entrou em vigor em 2024. Em situações assim, o presidente do Banco Central é obrigado a enviar uma carta aberta ao ministro da Fazenda, que preside o Conselho Monetário Nacional (CMN), detalhando as razões para o descumprimento da meta e as medidas que serão tomadas para corrigir a rota, além do prazo esperado para que tais medidas tenham efeito.
Instrumentos do Banco Central para Controle da Inflação
Para garantir a adesão à meta de inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, conhecida como Selic, que atualmente está fixada em 15% ao ano. Essa taxa é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que decidiu interromper a sequência de aumento na Selic na última reunião, após sete elevações consecutivas. Essa pausa segue o recuo da inflação e o início da desaceleração da economia.
Em um comunicado oficial, o Copom destacou que a política monetária dos Estados Unidos tem gerado incertezas em relação aos preços, e que a autoridade monetária brasileira pretende manter os juros básicos. Contudo, não foi descartada a possibilidade de novas elevações na Selic, caso a situação econômica assim o demande.
Expectativas Futuras para a Selic
Os analistas projetam que a taxa básica deverá fechar 2025 ainda em 15% ao ano. No entanto, para o final de 2026, a expectativa é de uma redução para 12,5% ao ano. As previsões para os anos seguintes indicam uma nova diminuição, com a Selic projetada para 10,5% ao ano em 2027 e 10% ao ano em 2028. Essas oscilações nas taxas de juros refletem a complexidade do cenário econômico e as ações que o Banco Central pode tomar para estabilizar a inflação.