Compromisso da União Europeia com a Segurança
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou ontem que é crucial para a União Europeia estabelecer uma “parede contra” drones, enfatizando a necessidade de apoiar os países que fazem fronteira com a Rússia na vigilância e defesa de suas fronteiras. Esse apelo, há muito tempo solicitado pela Polônia e pelas nações bálticas, ganha nova relevância após a recente violação do espaço aéreo polonês por drones russos.
As declarações foram feitas durante o discurso de Estado da União em Estrasburgo, uma ocasião protocolar, mas com peso significativo, considerando que ocorreu logo após a incursão dos drones russos. “Não há dúvida: o flanco oriental da Europa mantém toda a Europa segura. Do Mar Báltico ao Mar Negro. É por isso que devemos investir em apoio a ele através de uma Vigilância do Flanco Oriental. A Europa defenderá cada centímetro quadrado de seu território”, afirmou ela aos legisladores europeus.
“Isso implica em proporcionar à Europa capacidades estratégicas independentes. Precisamos investir em vigilância espacial em tempo real, garantindo que nenhum movimento de forças passe despercebido. Devemos atender ao pedido de nossos aliados bálticos e construir uma barreira contra drones”, acrescentou a líder política alemã, deixando claro que a segurança da região é uma prioridade.
Além disso, von der Leyen revelou que a União Europeia firmará uma parceria chamada Aliança de Drones com a Ucrânia, liberando imediatamente 6 bilhões de euros do fundo de Aceleração Extraordinária de Receitas (ERA), que é liderado pelo G7, para auxiliar neste projeto.
Incidente Aéreo e Reações da OTAN
Essas declarações vieram poucas horas após a Polônia tomar medidas para interceptar drones russos que haviam invadido seu espaço aéreo. Em junho, a Romênia já havia acionado suas forças aéreas para monitorar drones que se aproximavam de sua fronteira. O acontecimento desta quarta-feira foi interpretado por membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) como um teste a suas defesas por parte do presidente russo, Vladimir Putin.
Segundo Marion Messmer, pesquisadora sênior do think tank Chatham House, “Apesar de Belarus alegar que os sistemas de navegação dos drones falharam, levando-os a desviar de curso, o número de drones que adentrou o espaço aéreo polonês torna improvável que tenha sido um acidente. Neste momento, a OTAN não considera essa violação como um ataque intencional, mas em conjunto com outros acontecimentos recentes, sugere que a Rússia está tentando testar os limites da aliança.”
Preparativos e Estratégias na Linha de Frente
Logo antes de seu discurso na União Europeia, von der Leyen fez uma visita à linha de frente Europa-Rússia, que incluiu países como Finlândia, Estônia, Lituânia, Letônia e Polônia. As nações que fazem fronteira com a Rússia, especialmente Polônia, Estônia e Lituânia, têm solicitado há tempos um suporte financeiro da União Europeia para defender suas fronteiras. Eles sustentam que esses esforços são vitais para proteger o bloco contra potenciais agressões russas.
Informações militares e de inteligência já alertaram anteriormente que Putin poderia direcionar suas atenções aos países bálticos ou à Polônia, como uma forma de testar a determinação da OTAN. Assim, os desenvolvimentos recentes em torno da segurança das fronteiras europeias não apenas reforçam a urgência do diálogo sobre defesa, mas também evidenciam a crescente tensão na região.