Iniciativa Pioneira em Monitoramento Atmosférico
Com um foco em ciência, saúde pública e educação ambiental, o Instituto de Ciências Atmosféricas (ICAT) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) iniciou um projeto inédito para monitorar a poluição do ar em quatro regiões do estado. Esta iniciativa conta com a parceria da empresa indiana Aurassure, que atua no Brasil com o suporte do Google, e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal).
As quatro localizações estratégicas que já estão sob monitoramento incluem duas áreas em Maceió, uma delas sendo a sede da Fapeal, além de estações em Arapiraca e Delmiro Gouveia. Durante um período inicial de um ano, sensores ambientais de alta tecnologia irão coletar dados sobre variáveis meteorológicas, como temperatura e umidade, além de parâmetros de qualidade do ar, incluindo a concentração de material particulado (MP1, MP2.5 e MP10) e gases poluentes como Monóxido de Carbono (CO), Óxidos de Nitrogênio (NOx) e Ozônio troposférico (O₃).
Gases de Efeito Estufa (GEE), especialmente o Dióxido de Carbono (CO₂), também serão monitorados, uma vez que estão diretamente relacionados às mudanças climáticas e ao aumento de fenômenos extremos, como secas severas e chuvas intensas. O professor Glauber Mariano, coordenador do projeto, ressalta que a falta de dados ambientais é uma realidade preocupante no Brasil, especialmente na região Nordeste.
“Muitas áreas do Brasil carecem de informações sobre a qualidade do ar. O Nordeste, por exemplo, tem dados disponíveis apenas em algumas capitais em relação à poluição atmosférica, que impacta grandes cidades e está associada a problemas de saúde e redução na expectativa de vida da população”, enfatiza Glauber.
Leia também: Aumento de Doenças Respiratórias e Emergência em Saúde Pública: Entenda o Que Está Acontecendo
O projeto é desenvolvido por uma equipe multidisciplinar do ICAT, que inclui os professores Helber Gomes, Fabrício Daniel, Héliofábio Barros e Maria Cristina Silva. Além do enfoque na pesquisa científica, há um forte componente educacional e de extensão. Estudantes do ensino fundamental e médio das comunidades próximas aos locais de monitoramento serão convidados a conhecer os equipamentos e participar de atividades educativas sobre os efeitos da poluição e do aquecimento global.