Expectativas e Desafios do Novo Mercado da Produção
Em 2023, durante uma conversa informal com o arquiteto Gilvan Rodrigues, tive a oportunidade de conhecer o projeto do novo Mercado da Produção, que vem sendo elaborado há mais de uma década. Rodrigues compartilhou seu envolvimento na construção desse espaço, que começou em 2013, revelando sua paixão e dedicação ao longo dos anos. Como amante de mercados públicos, aprecio a forma como esses locais refletem a cultura de um povo, contrastando com as impessoais shopping centers que dominam as grandes cidades do mundo.
O mercado público de Belo Horizonte sempre ocupou um lugar especial na minha memória, recheado de experiências gastronômicas, desde doces artesanais até iguarias típicas como carne seca e feijão tropeiro. Ao conhecer o projeto de Rodrigues, fiquei encantado com a proposta funcional e simples, que busca atender às necessidades dos consumidores sem abrir mão da estética.
É evidente que Gilvan Rodrigues considera essa obra como uma das mais importantes de sua carreira e, portanto, é compreensível que ele dedique tanto carinho e atenção a cada detalhe. Durante as eleições do ano passado, fui informado de que a administração de JHC planejava lançar o edital de licitação para a construção do mercado, com um orçamento estimado em R$ 300 milhões. Porém, vale ressaltar que esse lançamento ainda não se concretizou.
Embora a obra possa ter início em breve, é esperado que sua conclusão leve um tempo considerável. A previsão é de que, se tudo ocorrer conforme o planejado, cerca de 30 a 40% do projeto esteja finalizado dentro de dois anos. A maior parte do financiamento, aproximadamente 80%, será fornecida pelo Fundo Financeiro do Desenvolvimento da Bacia do Prata (FONPLATA), que se dedica a apoiar iniciativas que promovam o desenvolvimento e a integração dos países membros, incluindo Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Uma das principais razões para a demora no início das obras é a necessidade de manter o atual mercado em funcionamento, garantindo a subsistência das centenas de famílias que dependem da venda de seus produtos, mesmo em um ambiente que deixa a desejar. O FONPLATA também foi claro em sua intenção de realizar uma fiscalização rigorosa sobre a execução das obras, o que inclui a contratação de uma empresa especializada para supervisão e medições durante o processo.
Independentemente de quem seja o responsável pela inauguração, que o novo Mercado da Produção se torne um espaço acolhedor e saudável para consumidores e visitantes. Além disso, é fundamental que os comerciantes, sejam eles grandes, médios ou pequenos, encontrem no novo projeto o respeito e a dignidade que lhes faltam atualmente.