Protestos em Alagoas e a Mobilização Popular
A recente crise política, em grande parte impulsionada pela retaliação econômica dos Estados Unidos ao Brasil, tem se tornado um combustível para os bolsonaristas que buscam ampliar a oposição ao governo do presidente Lula e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em várias partes do país, atos e manifestações têm se intensificado, com o objetivo de responsabilizar o petista pela taxação de 50% e pressionar o STF a conceder anistia irrestrita ao ex-presidente Jair Bolsonaro e aos condenados pelos acontecimentos de 8 de janeiro. Alagoas também se insere nesse contexto e, neste domingo (3), concentrará um ato no Corredor Vera Arruda, organizado pelo Movimento Brasil (MBR), que vem se destacando na oposição com o apoio de parlamentares estaduais e representantes na Câmara Federal.
Entre os principais articuladores da mobilização está o deputado estadual Cabo Bebeto (PL), que tem utilizado suas redes sociais para convocar os alagoanos a participarem do protesto. Bebeto enfatiza que o tom dos protestos será direcionado contra Lula e o ministro do STF, Alexandre de Moraes, que preside o julgamento relacionado a Bolsonaro e seus assessores, além dos civis envolvidos nas invasões à Câmara, ao Senado e ao STF.
Em contato com a imprensa, o deputado se manifestou através de sua assessoria, destacando a importância de uma presença massiva nas ruas, “faça chuva ou sol”, para evidenciar ao Brasil e ao mundo a suposta parcialidade do Judiciário com relação ao ex-presidente e seus aliados. Ele afirmou: “Houve exageros e arbitrariedades. A balança de equilíbrio dos poderes está pendente para um lado. Hoje, o cidadão não tem liberdade para expressar suas opiniões. E a situação, a cada dia, parece piorar.” Segundo Bebeto, este ano é ainda mais desafiador do que o anterior, e a tendência é que o próximo ano seja ainda mais complicado.
Caminhada pela Liberdade e pela Justiça
O deputado estadual Mesaque Padilha (União Brasil), parte da bancada evangélica da Assembleia Legislativa e do chamado “exército da fé”, também se posiciona a favor do protesto, considerando-o uma forma legítima de a sociedade se manifestar por liberdade. Ele reafirmou seu compromisso com os “valores democráticos”, que são, segundo ele, os pilares da democracia. “As manifestações programadas para este fim de semana, em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, são essenciais para reavaliar a situação dos presos dos atos de 8 de janeiro, defendendo que os processos sejam revisados com imparcialidade e respeito ao devido processo legal”, destacou Padilha.
Além disso, o deputado expressou preocupação com os graves problemas enfrentados pelo governo Lula, como a crise na Previdência, cortes e falhas na educação, e falta de transparência em várias áreas da gestão pública. “Continuaremos trabalhando na Assembleia Legislativa em defesa da Justiça e do direito do povo de se manifestar”, completou.
Oposição e Críticas ao Governo
O deputado federal Alfredo Gaspar de Mendonça (União Brasil) também se destacou como uma voz crítica ao governo e garantiu sua presença na mobilização. Gaspar denunciou o que considera um avanço da corrupção na gestão pública e uma crise institucional grave, onde a Constituição teria sido frequentemente ignorada. “Atualmente, o crime organizado se fortalece e a ideologia esquerdista leva o país a um cenário de ditadura”, afirmou, ressaltando que a impunidade afeta a esperança do povo. “Esse ato é um chamado para aqueles que ainda acreditam na legalidade, na democracia e na liberdade”, completou.
Por sua vez, o deputado federal Delegado Fábio Costa (Progressistas) defendeu que a manifestação representa uma insatisfação legítima e pacífica, refletindo as preocupações de quem vê suas liberdades ameaçadas. Ele criticou as medidas econômicas do governo, que, segundo ele, penalizam os trabalhadores, e enfatizou a necessidade de luta por direitos fundamentais e por um Brasil mais justo.