A Inclusão na Educação: Ações na Ufal
Na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), a inclusão ganha destaque com a atuação de três professores surdos que têm sido fundamentais para reforçar a política de acessibilidade e expandir o ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Atualmente, a instituição conta com 27 estudantes surdos na graduação e cinco na pós-graduação. Essa representatividade é um passo importante rumo à equidade no ambiente acadêmico.
O professor Adeilson da Silva Alves, surdo profundo e graduado em Letras-Libras pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), é um dos educadores que contribuem para essa transformação. Desde 2018, ele leciona no campus da Ufal em Delmiro Gouveia. Natural de Maceió, Adeilson superou desafios, tendo trabalhado como vendedor ambulante antes de ser aprovado em um concurso público. Com mestrado em Linguística Aplicada, seu trabalho de pesquisa visa a inclusão da disciplina de Libras na grade curricular da rede municipal de Maceió, com um foco especial na formação de professores.
Impacto das Ações Inclusivas
A professora Magda Souto, que começou sua trajetória no Centro Suvag em Pernambuco, também faz parte do corpo docente da Ufal. Há 11 anos na universidade, ela destaca o fortalecimento da área de Libras e a ampliação das ações inclusivas como conquistas significativas decorrentes da representatividade dos professores surdos.
Além disso, o professor Magno Prates, que recentemente defendeu seu doutorado em Linguística, é surdo profundo e tem pais surdos. Ele atua no curso de Letras-Libras e enfatiza a importância da participação ativa de surdos em todos os setores da universidade. “A presença de professores surdos mostra que o protagonismo não é exceção, mas parte da equidade que buscamos”, destacou Magno, reforçando que a surdez não é um obstáculo para a pesquisa, o ensino ou a administração acadêmica.
Estrutura de Acessibilidade
A Ufal se empenha em garantir a acessibilidade a seus estudantes surdos, contando com uma equipe dedicada de Tradutores Intérpretes de Língua de Sinais (TILS) nos campi de Maceió, Penedo e Arapiraca. Ao todo, 23 profissionais, entre efetivos e temporários, estão envolvidos em atividades acadêmicas e administrativas, como aulas, eventos e reuniões, além de traduzir materiais, sempre em colaboração com o Núcleo de Acessibilidade (NAC).
Desafios e Compromissos Futuros
Adriana Duarte, coordenadora-geral do NAC, reconhece que ainda existem desafios a serem superados, mas reforça que a universidade está comprometida em ampliar os espaços acessíveis e garantir autonomia para as pessoas surdas. O núcleo oferece suporte a estudantes em diversas fases e está sempre disponível para acolher qualquer aluno que necessite. “A inclusão não se limita à sala de aula, mas se estende à gestão e às funções de liderança. A surdez não é uma barreira para isso”, concluiu a coordenadora.