Ministro da Fazenda Foca na Proteção Econômica
Nesta sexta-feira, 1º de dezembro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que a administração federal não está considerando tomar medidas de retaliação contra os Estados Unidos, em resposta ao aumento de tarifas imposto por Donald Trump. A declaração foi feita em uma coletiva de imprensa, onde Haddad enfatizou que os próximos passos do governo estarão voltados para ações de proteção, visando mitigar os impactos sobre a indústria e o agronegócio brasileiros.
“Não houve desistência da ideia de retaliação, pois essa estratégia nunca foi adotada. Nós nunca utilizamos esse termo para descrever as ações que o Brasil irá tomar. O foco será na proteção da nossa soberania, da indústria e do agronegócio”, afirmou o ministro. De acordo com Haddad, o governo está se preparando para implementar medidas que atuem como resposta a esta “ação injustificável” e para preservar a economia nacional.
O ministro destacou que a palavra “retaliação” não foi utilizada em nenhum discurso do presidente ou de outros ministros, sinalizando que o Brasil não pretende aplicar a lei da reciprocidade, sancionada por Luiz Inácio Lula da Silva em abril. Essa lei permite contramedidas em situações de retaliações comerciais externas. Atualmente, o Brasil adere às normas da Organização Mundial do Comércio (OMC), que proíbem a aplicação de tarifas discriminatórias contra países específicos, embora a nova legislação ofereça ao país ferramentas legais para respostas a ações consideradas injustas, como o tarifaço de Trump.
Haddad reforçou que existem canais adequados para o Brasil defender seus interesses na OMC e também na justiça americana. Ele também ressaltou a importância de buscar soluções diplomáticas para reduzir os efeitos das tarifas sobre a economia brasileira.
Em sua fala, o ministro analisou a situação, afirmando que as tarifas instituídas pelo presidente Trump se caracterizam como uma ação política deliberada, e que isso precisa ser considerado ao se pensar em estratégias de resposta.
tarifas e Exceções: O Impacto nas Exportações Brasileiras
Recentemente, Trump assinou um decreto que elevou a alíquota sobre produtos brasileiros para 50%, ao mesmo tempo em que anunciou uma lista de 700 exceções que beneficiam setores estratégicos, como o aeronáutico, energético e uma parte do agronegócio. Na quinta-feira, 31 de novembro, Haddad avaliou que, levando em conta essas exceções, o decreto foi menos prejudicial do que o inicialmente temido, embora tenha reconhecido que existem setores que enfrentam dificuldades severas devido a essas tarifas.
O vice-presidente Geraldo Alckmin também comentou sobre a questão, informando que aproximadamente 35,9% das exportações brasileiras para os EUA serão impactadas pela tarifa de 50% anunciada por Trump. Essa situação levanta preocupações significativas sobre como o Brasil irá responder e se adaptar a essas novas condições comerciais.