Intervenção Urgente na Saúde Pública
Nesta quinta-feira (11), uma comitiva da Força Nacional do SUS chegou a Alagoas com o intuito de abordar o alarmante aumento de casos e mortes por meningite no estado. De acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), entre 1º de janeiro e 1º de setembro de 2025, foram registrados 14 casos de doença meningocócica, resultando em 6 óbitos. Este cenário preocupante mobiliza as autoridades de saúde a buscar soluções imediatas.
Rodrigo Buarque, presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas (Cosems), enfatizou que um dos principais objetivos da visita é compreender as razões por trás dos números crescentes e as estratégias que estão sendo implementadas para reduzir a incidência de novos casos e falecimentos. “Precisamos entender o que está acontecendo e como podemos agir de forma eficaz”, afirmou Buarque.
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Dentro do Programa Nacional de Imunização em Alagoas (PNI), a vacina recomendada para a prevenção da doença é a meningocócica ACWY, que confere proteção contra quatro tipos da bactéria que causa a meningite e está disponível nos postos de saúde de todos os 102 municípios alagoanos. Entretanto, a vacinação contra o tipo B ainda não integra o calendário do SUS e é oferecida apenas na rede privada, um ponto que será abordado durante as discussões da Força Nacional do SUS.
“Infelizmente, todos os óbitos registrados em Alagoas são relacionados à meningite B, para a qual não existe vacina coberta pelo SUS. A inclusão dessa vacina está sob análise da Comissão Nacional para a Incorporação de Novas Tecnologias ao SUS (Conitec) e sua adoção depende da avaliação da eficácia e da viabilidade financeira para a população brasileira”, destacou Buarque.
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A comitiva que está em Alagoas conta com a presença do diretor do Departamento Nacional de Imunização, Eder Gatti, e da técnica do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas (Conasems), Kandice Falcão. Além destes, fazem parte do grupo especialistas da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (Saes) e da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (Saps), assim como gestores de saúde dos municípios afetados.
Entre os casos que geraram comoção, está o de Anna Vitória Queiroz, uma menina de apenas dois anos que foi atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro de Jaraguá no dia 8 do mês passado. A criança apresentava manchas no rosto e no pescoço, e sua morte levanta um sinal de alerta para a eficácia das estratégias de saúde pública na região. Outro caso triste foi o de um bebê de oito meses que também faleceu em Maceió devido à meningite.
A visita da Força Nacional do SUS é um passo importante na busca por soluções para um problema tão crítico, e aguarda-se que as discussões tragam não apenas esclarecimentos, mas também ações efetivas para conter esse surto e proteger a população alagoana.