Análise das exportações alagoanas
As exportações do estado de Alagoas apresentaram um expressivo crescimento de 271% em agosto, totalizando US$ 25,1 milhões, o que equivale a cerca de R$ 135,7 milhões na cotação atual. Este resultado é comparado aos US$ 6,7 milhões (R$ 36,2 milhões) registrados no mesmo mês do ano anterior. O levantamento foi divulgado na quinta-feira, dia 4, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, comércio e Serviços (MDIC).
Apesar do crescimento significativo em relação ao ano passado, em comparação a julho deste ano, houve uma queda nas exportações. Em julho, o total movimentado foi de US$ 36,6 milhões (aproximadamente R$ 198 milhões). Com isso, as exportações recuaram 31,5% em agosto, marcando o primeiro mês após a implementação do tarifaço de 50% estabelecido pelo governo de Donald Trump sobre os produtos brasileiros.
Impactos do tarifaço de 50%
O impacto deste tarifaço foi evidente, especialmente nas vendas para os Estados Unidos, que sofreram uma queda de 45,5% em relação a julho. Consoante os dados do ministério, as exportações alagoanas para o país totalizaram apenas US$ 115,2 mil, uma queda que representa a perda de US$ 96,1 mil em vendas em relação ao mês anterior.
Entretanto, a Suíça se destacou como um importante comprador, adquirindo US$ 24 milhões das empresas alagoanas, o que significa 95,6% do total exportado em agosto. Essa cifra é majoritariamente atribuída à venda de minério de cobre realizada pela mineradora Vale Verde.
Balança comercial e desafios
Apesar do aumento nas exportações alagoanas, a balança comercial do estado, que mede a diferença entre exportações e importações, apresenta um déficit alarmante de US$ 75,8 milhões (cerca de R$ 410 milhões). Esse desempenho negativo é resultado do crescimento das importações, que subiram 55,5%, totalizando US$ 100,9 milhões em agosto (R$ 545,8 milhões).
No acumulado do ano, Alagoas registra uma retração nas exportações de 2,5% em comparação ao mesmo período do ano passado. Entre janeiro e agosto, as empresas locais exportaram US$ 561,9 milhões, enquanto as importações somaram US$ 679,4 milhões, resultando em um crescimento de 28,4% nas compras externas no mesmo intervalo. Assim, a balança comercial acumula um déficit de US$ 117,4 milhões, ou R$ 635,1 milhões.
Comparativo com dados nacionais
Conforme destacado pela Gazeta na edição de sexta-feira (5), o total das exportações brasileiras alcançou US$ 227,583 bilhões, enquanto as importações chegaram a US$ 184,771 bilhões, resultando em um saldo positivo de US$ 42,812 bilhões e uma corrente de comércio de US$ 412,354 bilhões.
Além disso, em comparação com o mês de agosto de 2024, as exportações brasileiras tiveram um aumento de 3,9%. No mesmo período do ano passado, o país havia exportado US$ 28,74 bilhões.
Desempenho setorial
Ao analisar os setores, observa-se que a agropecuária registrou um crescimento de US$ 0,51 bilhões (8,3%), enquanto a indústria extrativa cresceu US$ 0,74 bilhões (11,3%). Em contrapartida, houve uma leve queda de US$ -0,14 bilhões (-0,9%) na indústria de transformação.
Quanto às importações, houve uma diminuição de 2% em comparação ao mês de agosto do ano passado, quando as importações totalizaram US$ 24,22 bilhões. O desempenho da agropecuária foi praticamente nulo, mantendo-se em 0,4%. A indústria extrativa, por sua vez, registrou um aumento de US$ 0,37 bilhões (26,5%), enquanto a indústria de transformação teve uma queda de US$ -0,85 bilhões (-3,8%).