Movimento Inusitado das Estátuas
Uma nova pesquisa publicada na Journal of Archaeological Science trouxe à tona uma descoberta fascinante sobre as icônicas estátuas da Ilha de Páscoa. Segundo o estudo, essas impressionantes esculturas não foram apenas transportadas, mas sim ‘andaram’ até seus lugares de origem. Os pesquisadores, Carl Lipo, da Universidade de Binghamton, e Terry Hunt, da Universidade do Arizona, analisaram cerca de mil moais, especialmente 62 que se encontravam ao longo de antigas trilhas da ilha.
A análise detalhada revelou que o design peculiar das estátuas, caracterizado por uma base larga em forma de D e uma inclinação para frente, facilitava um movimento inovador. “Essas características permitiriam que as estátuas fossem balançadas, criando um efeito semelhante ao de uma caminhada”, explicou Carl Lipo, tornando assim os moais não apenas estáticos, mas também dinâmicos.
A proposta do estudo desafia visões tradicionais sobre como essas estruturas monumentais foram posicionadas ao longo da ilha. Em vez de serem arrastadas ou levantadas, como muitos acreditavam até então, as estátuas poderiam ter sido movimentadas por equipes de trabalhadores que utilizavam técnicas de balançar e empurrar.
Esse método não apenas evidencia a engenhosidade dos antigos habitantes da Ilha de Páscoa, mas também reforça a importância do trabalho comunitário e da organização social na realização de tais empreendimentos. Os pesquisadores afirmam que esse novo entendimento sobre o transporte dos moais pode oferecer insights valiosos sobre a cultura e a história da ilha.
Embora a pesquisa tenha sido bem recebida pela comunidade acadêmica, muitos habitantes locais e curadores de museus expressaram curiosidade sobre como essa nova abordagem poderia afetar a preservação e a valorização das estátuas no futuro. A Ilha de Páscoa, conhecida por sua rica história cultural e pelas misteriosas figuras de pedra, atrai visitantes de todo o mundo em busca de entender os segredos de sua civilização antiga.
A obra monumental dos moais continua a ser um símbolo da identidade cultural da ilha e, com novas investigações como essa, o conhecimento sobre a história e as práticas dos Rapa Nui, os habitantes originais da região, só tende a crescer. Essa pesquisa abre um leque de possibilidades para futuras investigações sobre as técnicas e as tradições dos povos antigos que habitaram a ilha.