A Aprovação do Empréstimo e Seus Impactos
O Tesouro Nacional deu luz verde nesta quinta-feira (18) em Brasília para um empréstimo que pode chegar a R$ 12 bilhões aos Correios. Esse valor, entretanto, é inferior ao montante de R$ 20 bilhões que havia sido negado anteriormente pelo Tesouro no início do mês. O recurso tem como objetivo principal apoiar a reestruturação econômico-financeira da estatal, que atravessa desafios financeiros significativos.
Embora o total autorizado seja de R$ 12 bilhões, os Correios poderão acessar apenas R$ 5,8 bilhões em 2025. Essa quantia está alinhada com o déficit primário estimado para o ano e visa garantir que a operação se mantenha dentro dos limites estabelecidos pela legislação fiscal.
O prazo para quitação do empréstimo será de 15 anos, com um período de carência de três anos. Os juros ficarão em 115% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), uma taxa que se aproxima da Selic, ou taxa básica de juros. Este percentual é inferior ao limite habitual de 120% do CDI, padrão adotado pelo Tesouro para operações com garantias da União, demonstrando uma tentativa de aliviar a carga financeira da empresa.
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Análise da Operação e Critérios de Aprovação
A deliberação foi realizada em conjunto com cinco instituições financeiras, sendo três delas privadas e duas públicas, embora os nomes dos bancos envolvidos não tenham sido revelados. De acordo com o Tesouro, a proposta aprovada atende aos critérios de capacidade de pagamento exigidos para empresas estatais que já possuem um plano de reequilíbrio financeiro validado.
Com a aprovação, a próxima etapa envolve negociações das minutas contratuais entre os Correios e as instituições financeiras, sob a supervisão da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e do próprio Tesouro Nacional. O clima entre os economistas é de expectativa, visto que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, havia expressado a necessidade de uma decisão sobre o empréstimo até a sexta-feira (19).
Impacto Econômico e Comparativo com Propostas Anteriores
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Em termos de economia, o Tesouro destaca que a nova operação representa uma redução significativa nos custos financeiros quando comparada a propostas anteriores. A diferença nas taxas de juros em relação ao primeiro empréstimo pode resultar em uma economia próxima a R$ 5 bilhões ao longo da vida do contrato.
Na primeira rodada de negociações, um consórcio de bancos, incluindo Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil, Banco do Brasil e Safra, havia apresentado uma proposta de empréstimo de R$ 20 bilhões com juros estipulados em 136% do CDI. Contudo, essa proposta foi reprovada pelo Tesouro por ultrapassar os limites aceitáveis.
Mudanças no Conselho Monetário Nacional
Para permitir essa operação, o Conselho Monetário Nacional (CMN) também aprovou, nesta quinta-feira, uma resolução que altera os limites para a contratação de operações de crédito por órgãos e entidades do setor público em 2025. A nova medida cria um sublimite específico de R$ 12 bilhões destinado a operações de crédito com garantia da União para os Correios.
Essa modificação eleva o limite global anual que os entes públicos podem acessar no sistema financeiro, passando de R$ 27,4 bilhões para R$ 39,4 bilhões. A criação do sublimite leva em consideração a execução orçamentária da estatal, que, conforme o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias, teve sua previsão de resultado primário revisada de um déficit de R$ 3,42 bilhões para R$ 5,8 bilhões para 2025.
Portanto, embora o empréstimo possa alcançar até R$ 12 bilhões, os recursos devem ser utilizados apenas para cobrir despesas já planejadas dentro do déficit primário estimado, garantindo que a operação esteja em conformidade com os limites fiscais atuais. Essa abordagem visa proteger a saúde financeira do governo e assegurar a sustentabilidade das operações da estatal.

