O Retorno das Feiras e Eventos para a Economia Local
A cadeia de turismo e eventos em Maceió não se limita a gerar empregos formais, mas também proporciona um suporte significativo aos empreendedores que operam sob os princípios da cooperação, autogestão e sustentabilidade, os pilares da Economia Solidária. No ano de 2025, esse modelo econômico registrou um crescimento impressionante de 50% nas participações em feiras e eventos, refletindo o esforço da Prefeitura de Maceió em implementar estratégias eficazes que promovem tanto o turismo quanto o desenvolvimento econômico.
A Secretaria Municipal de Trabalho, Emprego e Economia Solidária (Semtes) acredita que esse aumento expressivo é resultado de políticas públicas focadas na promoção de iniciativas que englobam tanto o setor turístico quanto a Economia Solidária. A coordenadora do programa de Economia Solidária, Salomé Holanda, destacou a crescente demanda por novos participantes na iniciativa, com ênfase na gastronomia. “Em relação a 2024, houve um salto de 50% na adesão de novos cooperados, especialmente entre aqueles que atuam na área de alimentação”, afirmou Salomé.
Desafios e Oportunidades na Economia Solidária
Por outro lado, a coordenadora também enfatizou que, apesar do aumento na adesão, 2025 viu a saída de alguns trabalhadores do programa. O modelo de Economia Solidária visa proporcionar aprendizado em áreas como autogestão, produção e comercialização, permitindo que alguns cooperados adquiram conhecimento suficiente para se tornarem independentes. “Ver pessoas se desenvolvendo e conquistando autonomia é uma satisfação imensa. A Economia Solidária oferece ferramentas essenciais para que pequenos empreendedores possam prosperar e, em muitos casos, se tornarem autossuficientes”, ressaltou Salomé.
Com foco no impulso dos negócios locais, a Prefeitura de Maceió implementou as vilas temáticas, espaços públicos onde se promovem cultura e lazer, especialmente durante datas comemorativas como o Natal e São João. Essas vilas têm se mostrado vitais para os empreendedores da Economia Solidária. “Esses espaços funcionam como uma vitrine para os nossos produtos e criações. Assim, não apenas movimentamos o turismo, mas também geramos renda e visibilidade para os cooperados”, explicou Salomé.
Feiras Itinerantes: Um Suporte à Visibilidade dos Artesãos
Além das vilas, as feiras itinerantes organizadas pela Prefeitura têm sido um canal importante para a promoção do artesanato e da gastronomia local. Com eventos realizados em pontos turísticos estratégicos, como a praia de Pajuçara e o Maceió Shopping, as feiras garantem que os artesãos tenham a oportunidade de expor e vender seus produtos. O rodízio entre os expositores tem sido uma estratégia eficaz para assegurar que todos tenham sua vez de brilhar e garantir uma fonte de renda.
Um dos casos inspiradores é o de Ana Cláudia Gonçalves do Nascimento, uma artista plástica que traz na trajetória de vida a essência da Economia Solidária. Mãe de dois filhos e avó, Ana passou 15 dos seus 49 anos na Economia Solidária, buscando liberdade e flexibilidade nos horários de trabalho. Ao se mudar para Maceió em 1996, ela começou a explorar o artesanato, uma oportunidade que se transformou em sua fonte de renda.
O Valor da Qualificação na Economia Solidária
Após mais de uma década, Ana conheceu a Economia Solidária (Ecosol) e identificou uma chance de elevar seu trabalho. “Entrar na Ecosol foi um divisor de águas. Aprendi que a venda de produtos vai além de apenas oferecer algo; é preciso profissionalismo e qualidade”, compartilhou. Com o suporte da Ecosol, ela se capacitou em áreas como finanças e comercialização, o que a ajudou a se destacar no mercado. Em 2025, Ana decidiu seguir seu caminho de forma independente, sentindo-se preparada para isso. “Se não fosse o aprendizado na Economia Solidária, eu não seria a empreendedora que sou hoje. O apoio coletivo foi fundamental para meu crescimento”, concluiu Ana.

