Ibovespa e dólar: Movimentos do Mercado
O Ibovespa, principal referencial da B3, encerrou o pregão de terça-feira, 23, com uma alta de 0,91%, alcançando a impressionante marca de 146,4 mil pontos, um novo recorde histórico. O índice havia superado a marca anterior de 145,8 mil pontos na última sexta-feira, 19. Em contrapartida, o dólar teve uma queda superior a 1%, sendo cotado a R$ 5,27. Este valor representa a menor cotação da moeda americana diante do real desde junho de 2024.
De acordo com José Áureo Viana, sócio da Blue3 Investimentos, a desvalorização do dólar é uma continuação das tendências observadas desde a semana anterior. “O real se valorizou no câmbio graças ao aumento do diferencial de juros”, explica. “Com o Copom mantendo a Selic em 15% por um período prolongado, as expectativas de cortes de juros nos Estados Unidos aumentam, especialmente após dados mais fracos do mercado de trabalho americano”.
Impactos das Declarações de Líderes Mundiais
Entre os fatores que influenciaram o mercado na última terça-feira estão as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, na Assembleia Geral das Nações Unidas. As falas de ambos os líderes geraram repercussão no mercado financeiro, especialmente em relação às expectativas de política econômica.
No âmbito das ações, diversas instituições bancárias do Brasil acompanharam a ascensão do índice B3. Os papéis do Itaú (ITUB4) registraram uma valorização de 1,80%, enquanto as ações do Bradesco (BBDC3 e BBDC4) subiram 1,32% e 1,13%, respectivamente. O Santander (SANB11) também teve um desempenho positivo, avançando 1,21%. O Banco do Brasil (BBAS3) destacou-se com uma forte alta de 2,88%. Além disso, a Petrobras (PETR4), uma das empresas mais relevantes do mercado, teve um crescimento significativo de 2,41%.
Expectativas para a Política Monetária
Os investidores também estavam atentos à ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada na manhã de terça-feira. O documento, que reflete a última reunião do Comitê, reiterou a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano. O relatório trouxe um alerta de que a autoridade monetária pode reavaliar a trajetória de juros caso as projeções de inflação ultrapassem a meta de 3%.
“A ata não trouxe novidades, mas o tom contundente diminuiu as expectativas de cortes no curto prazo”, comenta José Áureo Viana, destacando a importância dos dados financeiros na formação das expectativas do mercado. Assim, o cenário econômico se manteve otimista, com os investidores acompanhando atentamente os desenvolvimentos nas políticas monetárias tanto do Brasil quanto dos Estados Unidos.