Perspectivas Econômicas: Brasil e EUA em Análise
A última semana de outubro traz uma série de indicadores que deverão moldar a percepção da economia tanto no Brasil quanto no exterior. Entre as principais divulgações, destacam-se a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) no Brasil e as expectativas em torno da prévia do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos. Esses dados são esperados por investidores, que também continuarão a avaliar números já divulgados anteriormente.
Um dos pontos centrais da semana é a arrecadação recorde reportada pela Receita Federal, que alcançou aproximadamente R$ 216,7 bilhões, refletindo um aumento real de 1,43% em comparação a setembro de 2024. Este resultado positivo se deve ao bom desempenho da atividade econômica nacional e a medidas pontuais que visam à recomposição das receitas do governo.
As projeções para o resultado primário do país sinalizam um crescimento real de pouco mais de 2% nas despesas totais. Apesar das preocupações com riscos fiscais no médio e longo prazo, os dados atuais reforçam a expectativa de que a nova meta fiscal será cumprida, o que é um indicativo promissor para a estabilidade econômica no Brasil.
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Deflação e Expectativas de Mercado
Em relação ao Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), uma deflação expressiva é esperada para outubro, com a previsão de queda de 0,44%. Isso resultaria em uma variação acumulada em 12 meses de 0,84%, o menor nível desde maio do ano passado. As prévias indicam uma forte retração nos preços ao produtor, o que pode contribuir para a desinflação, embora haja uma expectativa de leve elevação na inflação ao consumidor e no setor da construção civil.
Além disso, a taxa de desemprego deve cair para 5,5%, o mais baixo já registrado na história. Essa redução reflete a resiliência do mercado de trabalho, mesmo em um contexto econômico mais moderado. No entanto, a criação de postos formais em setembro, com cerca de 176,6 mil novas vagas, mostrou um ritmo inferior ao de 2024, sugerindo uma expansão que se ajusta mais ao estágio atual do ciclo econômico.
Informações dos EUA e a Política Monetária
No exterior, a inflação ao consumidor nos EUA apresentou resultados abaixo do esperado, o que poderá abrir espaço para um novo corte na taxa de juros pelo Federal Reserve. O mercado aguarda uma possível redução de 0,25 ponto percentual na reunião de dezembro, mesmo diante da falta de dados atualizados do mercado de trabalho devido ao shutdown. O Fed tem sinalizado a necessidade de evitar uma desaceleração econômica mais acentuada, mantendo um olhar vigilante sobre a situação.
Adicionalmente, a prévia do PIB dos Estados Unidos é esperada para mostrar um crescimento anualizado de cerca de 2,5%. Caso essa estimativa se concretize, será um indicativo da robustez da economia americana, embora possa também gerar incertezas sobre os próximos passos da política monetária para 2026.
Europa: Juros e Crescimento da Zona do Euro
Na Europa, as expectativas são de que o Banco Central Europeu (BCE) mantenha as taxas de juros inalteradas em sua próxima reunião, considerando que a inflação anualizada está dentro da meta, com um índice de 2,2%. Contudo, a atividade econômica na região, especialmente na Alemanha, mostra sinais de enfraquecimento. Dessa forma, o BCE pode priorizar o controle da inflação ao invés de estímulos à atividade econômica.
Por fim, a prévia do PIB da Zona do Euro deve mostrar estabilidade em comparação trimestral e um crescimento em torno de 1,0% na base anual. Apesar de dados fracos de atividade, o BCE permanece cauteloso e ainda não está convencido de que a inflação está totalmente sob controle, o que pode levar à manutenção da taxa de juros por enquanto.

