Custo da CNH em Alagoas e a Nova Proposta do Governo
Recentemente, um ranking divulgado pelo Governo Federal destacou que Alagoas ocupa a terceira posição entre os estados brasileiros com menor custo para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Os alagoanos gastam, em média, R$ 2.069, valor inferior ao de apenas dois outros estados: a Paraíba, com R$ 1.950, e São Paulo, que apresenta um custo médio de R$ 1.983.
Na outra ponta do ranking, o Rio Grande do Sul se destaca como o estado onde obter a CNH é mais caro, com um custo médio que ultrapassa os R$ 4.951,35 para as categorias AB (que abrangem motos e carros). O Mato Grosso do Sul e a Bahia ocupam a segunda e terceira posição, com valores de R$ 4.477 e R$ 4.120, respectivamente.
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O Ministério dos Transportes, visando reduzir os custos das CNHs, está desenvolvendo um projeto que pretende diminuir o valor do documento em até 80% para as categorias A e B. No entanto, essa proposta enfrenta críticas e preocupações, especialmente entre os profissionais da área de instrução de trânsito.
Erivan Oliveira, instrutor de trânsito, expressou sua preocupação com a possível eliminação das aulas em autoescolas, afirmando que isso pode resultar em um aumento significativo no número de acidentes. “Como uma pessoa despreparada pode dirigir em um trânsito diferente do que está acostumada? É arriscado”, argumenta Oliveira.
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A Realidade dos Condutores no Brasil
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Nexus revelou que cerca de 20 milhões de brasileiros dirigem sem habilitação, e 32% dos entrevistados não se habilitaram devido ao elevado custo. A percepção de que o preço da CNH é alto é amplamente compartilhada: 80% dos entrevistados consideram a CNH cara ou muito cara, enquanto 66% afirmam que o valor cobrado não corresponde à qualidade do serviço prestado.
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Oliveira complementou sua argumentação, destacando a importância da formação adequada oferecida pelas autoescolas. “Os candidatos que passam por um Centro de Formação de Condutores (CFC) recebem um preparo essencial. Eles têm aulas teóricas e práticas que são cruciais para sua formação como motoristas”, explica.
Segundo dados do Ministério dos Transportes, entre aqueles com renda familiar de até um salário mínimo, impressionantes 81% não possuem habilitação, sendo que essa taxa chega a 71% na região Nordeste. Este cenário ressalta a necessidade de um olhar mais atento às políticas públicas voltadas para a educação e formação de motoristas no país.