Postura Dura e Negociações Estratégicas
O governo de Luiz Inácio da Silva reafirma sua defesa da soberania nacional após a implementação de tarifas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. O cenário gerou um diagnóstico onde os discursos políticos têm trazido resultados, mas a recente decisão de elevar a alíquota para 50% sobre importações brasileiras preocupa, especialmente em termos de impacto econômico.
Agora, a gestão petista se prepara para responder com firmeza a atitudes do presidente Donald Trump, com foco na aplicação da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Essas sanções, que dificultam a movimentação financeira de Moraes e suas relações comerciais com cidadãos e empresas americanas, foram consideradas “inaceitáveis” por Lula, que vê nelas uma tentativa de interferência no Judiciário brasileiro.
O governo enfatiza que as ações da administração Trump visam minar a autonomia judicial no Brasil, uma mensagem que está sendo cuidadosamente transmitida à população para esclarecer as motivações por trás das retaliações.
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Lula, que não descarta um novo pronunciamento em cadeia nacional, como o que fez em julho, está determinado a manter aberto o canal de negociação com os EUA, mas com clareza de que o Brasil não se curvará nas discussões.
Impactos Econômicos e Preocupações com Empregos
A assessoria do presidente expressou preocupação nas reuniões realizadas após a ordem executiva e a sanção a Moraes. Há um foco especial nos empregos nas indústrias afetadas, especialmente aquelas voltadas para máquinas e equipamentos, que podem sofrer com cortes significativos de pessoal.
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Aliados de Lula advertiram que uma onda de demissões poderia afetar negativamente a imagem do governo entre a população. Para mitigar tais repercussões, estão sendo planejadas medidas específicas para cada setor atingido, ao invés de um pacote conjunto, para lidar com as consequências do tarifaço.
Outro aspecto ressaltado é a atuação do vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin. O compromisso de Alckmin em negociar permitiu que um número considerável de produtos ficasse isento das tarifas. Sua presença e atuação na mídia, como o recente bate-papo no programa “Mais Você” da TV Globo, destacam a sua imagem moderada e ajudam a suavizar críticas à abordagem do governo nas negociações.
Avaliações sobre a Soberania e a Popularidade do Governo
Embora reconheçam a importância do discurso de soberania na gestão, assessores de Lula expressam dúvidas quanto à sua eficácia a longo prazo. Um aliado próximo ao presidente sugere que a relevância desse tema pode não se manter até as eleições do próximo ano.
Dados de uma pesquisa da Quaest, realizada entre 10 e 14 de julho, revelaram que a taxa de desaprovação do governo caiu de 57% para 53%, enquanto a aprovação subiu de 40% para 43%. Para 44% dos entrevistados, o governo fez a escolha correta ao responder às tarifas com a Lei da Reciprocidade, contrastando com a avaliação de apenas 29% que consideram a postura de Jair Bolsonaro e aliados adequada.
Além disso, a pesquisa indicou que 84% dos entrevistados acreditam que governo e oposição devem unir forças em defesa do Brasil diante das medidas impostas pelos EUA. Esse consenso pode refletir um desejo nacional de coesão em tempos de crise e desafios econômicos.