Corrida de Rua: Um Caminho para a Saúde e Autoestima
No próximo dia 28 de setembro, as alagoanas se reunirão para a 4ª edição do Circuito Arnon de Mello de Corrida de Rua, agendado para começar às 6h na orla da Pajuçara. Essa participação crescente das mulheres em eventos de corrida reflete um movimento mais amplo, onde a busca pelo bem-estar e a saúde mental se tornam prioridades, independentemente da idade ou profissão. A corrida, portanto, se apresenta não apenas como uma atividade física, mas como uma verdadeira ferramenta de empoderamento.
A Gazeta de Alagoas teve a oportunidade de conversar com Kelly Cunha, idealizadora da Tropa das Mulheres de Elite, um projeto que, em março de 2026, celebrará três anos de atuação e se firmou como um espaço de acolhimento e incentivo ao esporte e ao desenvolvimento pessoal. ”Quando me mudei de Santos para Maceió, contratei um personal trainer e percebi como o esporte tem o poder de libertar as mulheres e elevar sua autoestima. Assim, surgiu a ideia de formar um grupo só de mulheres, onde uma pudesse incentivar a outra”, recorda Kelly, que também é empresária e estudante de Educação Física.
Para Kelly, o principal objetivo do grupo é “tirar as mulheres de casa”, especialmente aquelas que se encontram em um estado de sedentarismo. “O primeiro passo é o mais difícil, deixar a zona de conforto e se matricular na academia. Muitas mulheres enfrentam desafios relacionados à imagem corporal, seja por estarem acima do peso ou insatisfeitas com sua aparência. Por ser um grupo feminino, o intuito é promover um ambiente de apoio, onde não há julgamentos”, explica.
Uma Nova Abordagem na Corrida
A Tropa das Mulheres de Elite não se limita a uma corrida convencional, mas propõe um formato híbrido de “trote corrida”, que vai do Marco dos Corais até o final da Rua Fechada da Ponta Verde, totalizando cerca de 2 quilômetros. A prática consiste em alternar entre três minutos de trote e três minutos de exercícios diversos. “A corrida ao ar livre se destaca como uma opção de baixo custo e acessível para quem está começando. Acredito que o primeiro contato de uma mulher com o esporte deva ser a corrida, exatamente pela sua simplicidade e inclusão em várias equipes”, complementa Kelly.
Contudo, segundo Kelly, um dos obstáculos mais significativos que as mulheres enfrentam para iniciar nessa jornada não são apenas equipamentos ou horários, mas a falta de incentivo dos parceiros. Muitas vezes, as mulheres se sentem desencorajadas a praticar atividades físicas devido à falta de apoio, especialmente quando se trata de se relacionarem com homens. “Algumas participantes já relataram ter saído de casa em conflitos, mesmo sabendo que se tratava de um grupo composto apenas por mulheres. A presença de um instrutor masculino, por exemplo, pode ser um fator de complicação”, conta a empresária.
Uma Rede de Apoio e Fortalecimento
A Tropa das Mulheres de Elite transformou-se em uma força de apoio mútuo, proporcionando um espaço onde as participantes podem discutir temas como autoestima, luto e separações, que frequentemente afetam a saúde mental. “As mulheres compartilham suas experiências e se sentem acolhidas. Nossa Tropa é, sem dúvida, uma rede de apoio que fortalece a autoestima e o suporte emocional”, afirma Kelly.
“Eu sempre digo a elas: faça por você aquilo que ninguém pode fazer por você mesma. Isso se tornou um mantra para mim. Quando sinto preguiça de treinar ou de seguir minha dieta, lembro que é essencial priorizar minhas necessidades”, conclui Kelly Cunha, ressaltando a importância de cada mulher buscar seu próprio caminho e cuidar de si.