Aumento no Consumo dos Lares Brasileiros
Em junho de 2025, o consumo nos lares brasileiros registrou um crescimento de 2,83% em comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O levantamento foi divulgado na última quinta-feira (24) e indica uma recuperação no setor, destacando uma alta de 1,07% em relação a maio deste ano. No total, de janeiro a junho, o consumo acumulou um aumento de 2,63%.
Outro dado interessante da pesquisa é sobre a Cesta Abrasmercado, que é um termômetro importante do custo de vida, composta por 35 produtos de consumo essencial, incluindo alimentos, bebidas, e itens de higiene. Após nove meses consecutivos de alta, os preços dessa cesta apresentaram uma queda de 0,43%, passando de R$ 823,37 para R$ 819,81 entre maio e junho. No entanto, ao longo do primeiro semestre, os preços ainda subiram 3,18%, segundo os dados deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a principal medida de inflação no Brasil.
Queda na Cesta de Alimentos por Regiões
O estudo da Abras também segmentou os resultados por regiões do país. O Sudeste foi a região que mais sentiu a diminuição nos preços, com uma queda de 0,79%, reduzindo o valor da cesta de R$ 843,48 para R$ 836,85. O Centro-Oeste apresentou uma redução de 0,36%, com os preços caindo de R$ 774,85 para R$ 772,03. No Nordeste, a queda foi de 0,32%, de R$ 733,36 para R$ 730,98, enquanto que no Sul, os preços recuaram 0,25%, de R$ 899,87 para R$ 897,63. Curiosamente, a Região Norte foi a única onde houve um leve aumento de 0,04%, subindo de R$ 888,15 para R$ 888,51.
Impacto dos Recursos Extras na Economia
De acordo com a Abras, o aumento no consumo em junho foi impulsionado por uma injeção de recursos na economia, que inclui o reajuste do salário mínimo, a liberação de valores do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), além de benefícios sociais como o Bolsa Família, Auxílio Gás e a restituição do Imposto de Renda. O vice-presidente da Abras, Marcio Milan, ressaltou que o comportamento do consumidor demonstra resiliência diante da inflação, que ainda impacta significativamente o preço de alimentos e bebidas, com aumento de 3,69% no semestre, em comparação à inflação geral de 2,99%.
“Observamos que, mesmo com a pressão inflacionária, os consumidores estão atentos aos preços e, embora tenham trocado marcas, não reduziram o volume de compras”, afirmou Milan. Ele sugere que esse padrão de comportamento observado em junho pode continuar nos próximos meses, refletindo uma adaptação do consumidor às condições econômicas atuais. Com os resultados, a expectativa é de que o setor de supermercados mantenha um desempenho positivo, ainda que as pressões inflacionárias persistam.