Senadores e Deputados em Ação
Com o encerramento do recesso parlamentar, Senado e Câmara dos Deputados voltam às atividades nesta semana com uma agenda repleta de temas delicados, que podem impactar a estabilidade institucional, as relações internacionais e o cenário eleitoral vigente. Entre os pontos principais, os senadores se preparam para a sabatina da procuradora de Justiça de Alagoas, Marluce Caldas, indicada pelo Presidente Lula para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na Câmara, o destaque fica por conta da votação do projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda (IR) para contribuintes que recebem até R$ 5 mil mensais.
Crise Diplomática e Atividades do Congresso
O Congresso, sob a presidência do senador Davi Alcolumbre (União-AP), assume uma posição central na mediação da crise diplomática entre o Brasil e os Estados Unidos. Este impasse se intensificou após o governo norte-americano ter imposto tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e sancionado o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Em uma missão oficial, oito parlamentares, incluindo o senador alagoano Fernando Farias (MDB), viajaram para Washington em busca de diálogo com representantes do Congresso e do setor empresarial dos EUA. Em um comunicado, Alcolumbre enfatizou que o Parlamento brasileiro permanecerá “atento e unido na proteção da nossa economia e soberania nacional”, reafirmando a posição de não aceitar interferências nas atividades dos Poderes.
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Respostas Rápidas do Legislativo
Hugo Motta, Presidente da Câmara, também se manifestou, afirmando que “nenhum tipo de sanção de nações estrangeiras contra membros de qualquer Poder da República deverá ser tolerada”. Ele garantiu que o Legislativo está preparado para convocar sessões extraordinárias, caso seja necessário responder rapidamente a um endurecimento das tensões comerciais e diplomáticas.
Sabatinas em Destaque
A sabatina de Marluce Caldas se destaca na programação do Senado. Este evento ocorrerá na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e será seguido por uma votação no Plenário. O senador Fernando Farias foi designado como relator da indicação de Marluce, que deverá ser uma das muitas análises de indicações a cargos importantes na administração pública e no Judiciário. O Senado também se preparará para deliberar sobre uma série de nomes para agências reguladoras, incluindo Anvisa, ANP, ANTT, Anatel e Aneel, além de membros para o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ao todo, 39 indicações estão na fila para análise entre os dias 4 e 15 de agosto.
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Prioridades na Câmara dos Deputados
Na Câmara, Hugo Motta fez questão de destacar que a prioridade da Casa para o segundo semestre será a votação do projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais, com o deputado Arthur Lira (PP) como relator. O relatório de Lira já foi aprovado na comissão especial que analisa o tema e, segundo Motta, a proposta representa “justiça tributária”, com um impacto significativo na renda de milhões de brasileiros.
Outras Questões em Debate
Além da isenção do IR, outros temas relevantes estão na pauta, como segurança pública, regulamentação do uso da inteligência artificial, renegociação de dívidas previdenciárias de estados e municípios e a proposta que amplia a licença-paternidade de cinco para quinze dias, já aprovada no Senado. A oposição ao governo Lula se articula para o retorno dos trabalhos e prioriza a votação de um projeto de anistia para os acusados de participação nos atos de 8 de janeiro de 2023, além de uma emenda à Constituição para eliminar o foro privilegiado. Na bancada de Alagoas, os deputados Alfredo Gaspar (União) e Delegado Fabio Costa (PP) defendem essa medida.
Desafios Fiscais à Vista
A aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 é outro desafio que o Congresso enfrenta. A votação foi adiada devido a questões políticas e técnicas. O novo cronograma prevê que as emendas sejam apresentadas entre 5 e 14 de agosto, e a votação final deve ocorrer ainda neste mês, permitindo que o Executivo envie a proposta da Lei Orçamentária Anual (LOA) até o final de agosto. Com um superávit primário projetado de R$ 34,2 bilhões e um teto de despesas de R$ 2,43 trilhões, a LDO é vista como crucial para o equilíbrio fiscal do governo, e as discussões sobre seu conteúdo devem ser intensas entre os setores mais conservadores e aqueles que pleiteiam maior flexibilidade orçamentária.