Financiamento Apostando na Modernização Industrial
O governo de Alagoas anunciou a aprovação de R$ 4,2 bilhões em financiamento destinados a projetos de neoindustrialização no estado. O recurso virá do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Banco do Nordeste (BNB), conforme revelado na quarta-feira (17) em Fortaleza (CE) pelo Consórcio Nordeste, que representa os governadores dos nove estados nordestinos.
A neoindustrialização refere-se a um processo abrangente de modernização e reestruturação do setor industrial. Esse movimento visa não apenas a inovação tecnológica, mas também a automação e práticas sustentáveis, com o objetivo de criar um ambiente de negócios que potencialize a competitividade e agregue valor à economia nacional.
As propostas apresentadas pelo governo alagoano incluem iniciativas em áreas estratégicas. Um destaque é a transição energética, que requer um investimento de R$ 4 bilhões, focada no armazenamento de energia. O projeto busca substituir matrizes energéticas poluentes por fontes renováveis, como energia hidrelétrica, eólica, solar e de biomassa.
Projetos Diversificados para sustentabilidade
Além do projeto de transição energética, foram aprovadas iniciativas voltadas para a bioeconomia, que contemplam o desenvolvimento de fármacos com uma demanda de R$ 37,7 milhões; o hidrogênio verde, que conta com R$ 21,1 milhões; um data center verde com investimento de R$ 43,4 milhões; e o setor automotivo, incluindo máquinas agrícolas, que requer R$ 109,2 milhões.
Esses projetos estão alinhados ao plano de ação da Nova Indústria Brasil (NIB), um programa lançado pelo governo federal no início de 2024. O NIB tem como meta estimular o desenvolvimento nacional até 2033, oferecendo incentivos à inovação e à sustentabilidade em setores estratégicos para investimento.
Recentemente, o governador Paulo Dantas implementou a Política de Prioridade no Abastecimento de Veículos Automotores com Etanol. Essa iniciativa visa a substituição gradual da gasolina pelo etanol, proveniente da cana-de-açúcar, em toda a frota do Poder Executivo Estadual.
A política estabelece percentuais mínimos de uso de etanol sobre o total de combustível consumido pelo Estado a cada ano. No primeiro ano, o índice será de 5%, aumentando para 8% em 2026, 12% em 2027, 15% em 2028, 25% em 2029 e, finalmente, alcançando 30% ao término do sexto ano.
De acordo com o governo, essa política de abastecimento com etanol é aplicada aos veículos do Poder Executivo Estadual, incluindo suas autarquias e fundações. A fiscalização das metas será responsabilidade da Agência de Modernização da Gestão de Processos (Amgesp).
Crescimento dos Projetos no Nordeste
Em uma perspectiva mais ampla, a demanda por projetos da Nova Indústria Brasil no Nordeste superou as expectativas. No total, foram recebidas 246 propostas de todos os estados da região, totalizando R$ 127,8 bilhões em necessidades de financiamento, quase treze vezes mais do que a estimativa inicial de R$ 10 bilhões.
Durante o anúncio, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou que o banco, em colaboração com as entidades parceiras e o Consórcio Nordeste, realizou uma série de viagens e encontros empresariais, visitando todos os estados nordestinos para apresentar a chamada de projetos.