Missão Brasileira em Portugal: Um Passo em Direção à Transparência
A missão vinda do Brasil a Portugal, que analisa as eleições autárquicas locais, tem como objetivo mapear estratégias de transparência e combate à desinformação. Nesse contexto, Alagoas se destaca, apresentando sua experiência através de um Núcleo de Integridade de Informação e um Observatório de Desinformação, iniciativas que resultam de uma colaboração inovadora com o Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL). A proposta é trazer de volta ao Brasil soluções eficazes, desde a elaboração de mensagens de interesse público até o uso ético de inteligência artificial.
O grupo, liderado pelo Conselho Nacional de Secretarias Estaduais de Comunicação (CNSECOM), busca coletar práticas testáveis que possam ser implementadas por governos estaduais e prefeituras, visando o fortalecimento da confiança pública e a melhoria na prestação de serviços.
Aprendizado Mútuo: A Visão do CNSECOM
Wendel Palhares, vice-presidente do CNSECOM e secretário de Comunicação de Alagoas, ressalta que a viagem representa uma oportunidade valiosa de aprendizado recíproco. “A comunicação pública deve ser entendida como uma ferramenta confiável. Ao testemunhar as eleições em Portugal, temos a chance de observar como instituições governamentais, universidades e mídias lidam com a desinformação, moderando debates e oferecendo informações relevantes aos cidadãos, sempre respeitando o ecossistema democrático”, explica.
Leia também: Rota dos Milagres: O Refúgio Perfeito para Relaxar em Alagoas
Leia também: Crescimento do Comércio Varejista de Vestuário em Alagoas: 6,4% em 2024
Alagoas: Um Referencial na Prática de Combate à Desinformação
Enquanto a missão busca inspiração em Portugal, Alagoas já coloca em prática o aprendizado. O Núcleo de Integridade de Informação do estado é um exemplo claro, funcionando como um laboratório que aplica as melhores práticas que a equipe agora observa no exterior. “Estamos em um momento singular. As soluções que encontramos em Portugal são enriquecidas pela experiência já operacional em Alagoas. O Observatório, desenvolvido com o TRE-AL, materializa discussões que ocorreram em fóruns internacionais sobre cooperação institucional para proteger o debate público”, destaca Palhares. Essa iniciativa se conecta ao I Summit de Comunicação Pública Lisboa–Brasil, que ocorrerá em novembro na Universidade de Lisboa.
Colaboração com Universidades: A Chave para o Sucesso
O itinerário da delegação inclui visitas a locais de votação e reuniões técnicas que visam compreender os fluxos de informação durante o dia da eleição. Um aspecto fundamental dessa missão é a colaboração com universidades, algo que Alagoas já está incorporando em suas práticas. Luciana Santana, doutora em ciência política e diretora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade Federal de Alagoas, também integra a comitiva. Ela afirma: “Embora os sistemas políticos sejam diferentes — Portugal com sua estrutura unitária e o Brasil com seu modelo federativo —, os padrões de comportamento eleitoral e a circulação de desinformação têm pontos em comum.” Para ela, a academia traz um método que permite mapear narrativas, identificar atores e medir impactos, fornecendo evidências essenciais para a tomada de decisões por parte dos gestores.
Leia também: Inspeções da CGJ Fortalecem a Justiça no Agreste de Alagoas: Um Novo Marco na Gestão Judiciária
Leia também: Virgínia Lyra Recebe Medalha de Mérito em Alagoas e se Torna Cidadã Honorária
Do Estudo à Ação: Transformando Observações em Protocolos
O CNSECOM, com o suporte de Alagoas, tem como objetivo transformar a observação em ações concretas que beneficiem todo o Brasil. A missão em Portugal está testando uma abordagem de “etnografia rápida” para estudar a desinformação, permitindo a identificação de boatos recorrentes e a avaliação de respostas institucionais a esses desafios. “Esclarecer não é apenas simplificar. Trata-se de organizar questões complexas por meio de dados, ouvir a academia e proporcionar políticas comunicacionais estratégicas”, afirma Palhares. O desafio é criar uma matriz de resposta rápida que possa ser adaptada por estados brasileiros, e Alagoas já está na vanguarda desse movimento, utilizando sua estrutura local.
Além disso, a missão está reunindo práticas de uso responsável de inteligência artificial para comunicação de serviços, sempre com uma ênfase no rigor humano para validação e registro de auditorias. Ao final dessa jornada, Palhares acredita que Alagoas desempenha um papel ativo nesse intercâmbio. “Há muito que Portugal e Brasil podem aprender um com o outro. Levar a experiência do nosso Núcleo de Integridade para esse debate internacional é uma prova de que Alagoas não apenas acompanha as melhores práticas globais, mas também as implementa e inova, assumindo uma posição de destaque na defesa da informação e da democracia no Brasil.”