Abrigo São Cão: Um Refúgio em Perigo
No dia 31 de agosto, o Brasil celebra o Dia Nacional do Vira-Lata, uma data que destaca a importância da adoção de cães e gatos sem raça definida (SRD). Apesar de ser considerado crime o abandono de animais, muitos deles acabam nas ruas, em busca de abrigo e comida. Sem alternativas, muitos são levados para abrigos, que, por sua vez, enfrentam sérias dificuldades financeiras para se manter.
Um exemplo dessa realidade é o abrigo São Cão, localizado em Marechal Deodoro, Região Metropolitana de Maceió, onde mais de 2 mil cães vivem sob cuidados. Muitas dessas criaturas foram resgatadas das ruas ou eram vítimas de maus-tratos. O abrigo, que já existe há 14 anos, corre o risco de fechar as portas, uma vez que depende de doações para continuar realizando os resgates e atendendo os animais.
Antônio Anastácio, responsável pelo abrigo, compartilha sua preocupação com as dificuldades financeiras: “As despesas são elevadas e, há um tempo, as contas não estão fechando. As dívidas se acumulam, e temos que lidar com alimentação, pagamento de funcionários, material de limpeza, remédios e outras necessidades básicas para manter um abrigo desse porte”.
Superlotação e a Busca por Adoções
Atualmente, o abrigo sobrevive principalmente das doações, que, infelizmente, não são suficientes para cobrir nem o essencial. No que diz respeito à superlotação, Anastácio ressalta que a instituição promove feiras de adoção, mas a adesão da população tem diminuído. “Realizamos diversas feiras de adoção, mas o interesse das pessoas não tem sido o mesmo, o que torna a situação ainda mais crítica para nós”.
Ele acrescenta que muitos cães são deixados no abrigo, e a equipe não pode se recusar a cuidar deles. Como resultado, o número de animais aumenta, mesmo com os esforços para encontrar novos lares. “A quantidade de cães continua a crescer, e isso nos entristece”, lamenta.
A Dedicação de Antônio Anastácio
Natural de Minas Gerais, Antônio se mudou para Alagoas e se dedicou aos cuidados dos animais desde então. Em sua trajetória, ele já teve que vender diversos bens pessoais para garantir a continuidade do abrigo, que anteriormente funcionava em Maceió e recentemente foi transferido para a chácara em Marechal Deodoro. Atualmente, os gastos do espaço ultrapassam R$ 2 mil por dia, um valor que ele não consegue cobrir sozinho.
“Essa missão é a razão da minha vida, e vou continuar fazendo isso até o fim dos meus dias”, afirma com determinação. Antônio pede auxílio de quem puder ajudar, seja com doações de ração, produtos de limpeza e higiene ou contribuições financeiras. Para colaborar, interessados podem entrar em contato pelo telefone (82) 99696-3939.