Festival Promove a Cultura e o Turismo de Chã Preta
Localizado a 110 km de Maceió, o município de Chã Preta realiza nesta sexta-feira (26) o 1º Festival Viva Kara Véia. O evento é uma homenagem ao cantor e compositor local que ganhou reconhecimento nacional no cenário do forró de vaquejada. Infelizmente, o artista faleceu em 2004, mas seu legado continua vivo entre os apreciadores da música nordestina.
Com início programado para às 19 horas no Centro da Cidade, o festival contará com a participação de sanfoneiros renomados, como Léo, Lucas Firmino, Marcelinho Lima e Pinóquio do Acordeon. Além disso, artistas da região, como Joelson Félix, Diel, Perreca e Mazinho Vaqueiro, vão se apresentar, complementados pelos shows de Geninho Batalha, Marciel Valente, Forrozão das Antigas e Banda Renascer.
Objetivos de Fomento Cultural e Econômico
Para o prefeito Maurício Holanda, a realização do festival não se limita à homenagem a Kara Véia; o intuito é também impulsionar a economia local através do turismo, uma atividade que tem se expandido em Chã Preta. “Durante nosso mandato, temos trabalhado para estruturar o município e atraído cada vez mais visitantes interessados na cultura local. O 1º Festival Viva Kara Véia é uma forma de celebrar a música que ele deixou como legado”, destacou o prefeito. Ele anunciou a construção de uma praça que abrigará um museu e uma estátua em homenagem ao artista.
Holanda também revelou que a cidade firmou uma parceria com o Sebrae Alagoas para promover um curso visando a instalação de negócios de “Cama & Café”. Este projeto oferece aos moradores a oportunidade de receber turistas em suas residências, gerando uma renda extra. “Como Chã Preta ainda carece de pousadas adequadas para os visitantes, o Sebrae nos ajudou com esse curso, permitindo que os cidadãos possam abrir suas casas para hospedar os turistas”, completou o prefeito.
Emoção e Legado Familiar
Gabriela Félix, filha de Kara Véia e atual secretária municipal de Cultura, Turismo e Meio Ambiente, expressou sua alegria ao ver o nome de seu pai sendo reverenciado através deste festival. Em entrevista ao Alagoas Notícia Boa (ALNB), ela disse: “Estou muito feliz, e minha família também. Esta homenagem destaca a importância dele e ao mesmo tempo promove nossa cidade e sua cultura local”.
Gabriela também mencionou o Grammy Latino de Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa que foi concedido ao trio João Gomes, Jota.pê e Mestrinho, cujo trabalho “Dominguinho” inclui a canção “Flor de Flamboyant (Estrela da Manhã)”, composta por seu pai. “Essa música é muito especial, pois foi uma declaração de amor dele para minha mãe quando ainda eram jovens. João Gomes, por sua vez, demonstra muito carinho por sua esposa. Achei esse gesto muito bonito”, recordou.
Reconhecimento da Cultura Nordestina
O álbum “Dominguinho”, gravado no Sítio Histórico de Olinda (PE), presta homenagem ao saudoso sanfoneiro e apresenta uma fusão de releituras e músicas inéditas. A obra conquistou o Prêmio Multishow 2025, levando para casa os prêmios de “Artista do Ano” e “Álbum do Ano”. Nela, João Gomes, em diálogo com Jota.pê, faz uma referência especial a Kara Véia, reconhecendo-o como uma verdadeira lenda da música.
A deputada estadual Cibele Moura, que estará presente no festival, propôs um projeto de lei em outubro deste ano que visa declarar as obras de Kara Véia como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de Alagoas. A proposta está atualmente em tramitação e reitera a contribuição significativa do artista para a cultura popular alagoana e nordestina, sobretudo na preservação das tradições do forró e da vaquejada.
“Kara Véia transcende o título de artista; ele é uma memória viva do nosso estado e um ícone da cultura nordestina que deve ser preservada. Reconhecer sua obra como Patrimônio Cultural Imaterial é um passo importante para valorizar sua contribuição à nossa identidade cultural”, concluiu a parlamentar.

