Um Marco na Inclusão Cultural
Na última terça-feira (23), o Brasil deu um passo significativo em direção ao reconhecimento da sua pluralidade cultural. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, juntamente com a ministra da Cultura, Margareth Menezes, assinou um decreto que oficializa a cultura gospel como uma manifestação da cultura nacional. Essa iniciativa, promovida pelo Ministério da Cultura, busca garantir apoio institucional a expressões que mobilizam milhões de brasileiros, além de estabelecer diretrizes para que essas práticas possam ser devidamente reconhecidas e preservadas nas políticas públicas.
Ao assinar o decreto, Lula enfatizou que essa decisão resulta de um governo atento às demandas da sociedade. “Este ato é uma reparação e um reconhecimento. Muitas vezes, no Brasil, uma conversa inesperada gera uma lei ou um decreto. O que estamos fazendo aqui é justiça ao povo evangélico e à vasta cultura do nosso país”, afirmou o presidente.
Ele também destacou a importância da diversidade na identidade nacional, afirmando que “com este decreto, o Estado brasileiro reafirma que a fé se expressa como cultura, que possui uma história viva e uma contribuição real para a formação do nosso povo”.
Implicações Práticas do Decreto
O decreto classifica a cultura gospel como um conjunto de expressões artísticas e sociais vinculadas à vida cristã. Entre as manifestações reconhecidas estão a música gospel em seus variados estilos, as artes cênicas e visuais de temática cristã, bem como a literatura religiosa e produções audiovisuais. Além disso, o decreto contempla a preservação de acervos e a formação de agentes culturais dentro do Sistema Nacional de Cultura.
A ministra Margareth Menezes também ressaltou que a nova legislação cumpre um dever constitucional ao assegurar que todos os brasileiros possam exercer plenamente seus direitos culturais. “Reconhecer a cultura gospel como parte da nossa diversidade é afirmar que seus repertórios e estéticas merecem proteção e promoção, assim como qualquer outra tradição cultural”, argumentou.
Embora o setor já contasse com algumas formas de incentivo, esse novo marco institucional consolida a presença da cultura gospel, garantindo que comunidades religiosas sejam consideradas de maneira abrangente nos planos, conselhos e conferências de cultura em todo o Brasil.
Celebrando a Diversidade Religiosa
Representando as lideranças religiosas, o pastor Marcos Davi de Oliveira, da Nossa Igreja Brasileira/Igreja Batista, celebrou a medida como um avanço na visibilidade da pluralidade do povo brasileiro. “A cultura brasileira é extremamente rica e diversa. Assim como o forró e outras expressões culturais, a cultura gospel é igualmente multifacetada. O que este decreto representa, na prática, é um reconhecimento formal”, enfatizou.
Com a imediata entrada em vigor do decreto, o compromisso do Estado em promover a liberdade religiosa e democratizar o acesso às políticas culturais em todo o território nacional se torna ainda mais evidente. Essa ação não só reflete uma mudança significativa no reconhecimento da cultura gospel, mas também posiciona o Brasil como um país que valoriza e protege sua rica diversidade cultural.

