Audiência Pública Destaca Rota Cultural
O ‘Caminho de Saint-Hilaire’, uma fascinante rota cultural de aproximadamente 170 quilômetros que atravessa cidades históricas como Conceição do Mato Dentro, Serro e Diamantina, será o foco de uma audiência pública promovida pela Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O encontro está agendado para esta terça-feira, 11 de novembro de 2025, às 9 horas, no Auditório do andar SE da Assembleia.
Essa discussão foi proposta pelo presidente da comissão, deputado Professor Cleiton (PV), que enfatiza a importância de abordar o valor do Caminho de Saint-Hilaire na preservação de bens culturais, tanto materiais quanto imateriais. Ele destaca que a audiência servirá não apenas para valorizar a memória histórica, mas também para fortalecer as políticas públicas de cultura no estado.
Valorização da Memória Histórica
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Fonte: odiariodorio.com.br
“Como presidente da Comissão de Cultura, considero essencial homenagear este percurso que leva o nome do naturalista francês Auguste Saint-Hilaire (1779–1853). Isso é uma forma de valorizar não só a memória de quem desbravou nossas terras há mais de 200 anos, mas também de reafirmar a importância do turismo comunitário e sustentável para o desenvolvimento das cidades por onde a trilha passa”, afirmou Professor Cleiton.
Conforme informações disponíveis no portal da Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso, a ideia do Caminho de Saint-Hilaire surgiu em 2014, com a intenção de conectar de forma definitiva os territórios que fazem parte da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço. O nome da trilha foi escolhido para dar sentido e identidade a essas regiões, sendo inspirado nas anotações do naturalista francês, que em suas obras ilumina e aprofunda o projeto.
Uma Jornada Histórica e Natural
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Fonte: agazetadorio.com.br
A expedição de Saint-Hilaire pelo que hoje é conhecido como Caminho de Saint-Hilaire teve início em 1817. A trilha moderna segue parte desse importante itinerário, passando pela antiga Paróquia de Conceição, Vila do Príncipe e Arraial do Tijuco, localidades que hoje correspondem a Conceição do Mato Dentro, Serro e Diamantina.
O Caminho oferece ao visitante a oportunidade de percorrer vegetação única dos campos rupestres, que possui uma variedade de flores multicoloridas e representa menos de 1% do território nacional. Algumas espécies foram catalogadas por Saint-Hilaire, como o emblemático “Pau Santo”, cuja flor se tornou símbolo da trilha, e o “Rosmaninho”, que é utilizado para preparar um chá apreciado por suas propriedades anti-inflamatórias e relaxantes.
Gastronomia e História na Trilha
Na região do Serro, onde se localiza o berço da gastronomia mineira, está a maior e mais antiga bacia leiteira da América, que processa leite cru para a produção de queijos artesanais. Além disso, o percurso é pontuado por marcos significativos da fé cristã, refletindo a riqueza cultural e histórica das localidades que compõem a trilha.
Registros históricos demonstram que o cientista francês tinha uma forte conexão com o Brasil, contribuindo para o entendimento da flora nativa e a documentação do Brasil Colônia, aspectos que permanecem relevantes até os dias atuais. Após seu retorno à França, Saint-Hilaire continuou a influenciar o conhecimento histórico e geográfico brasileiro atuando como membro honorário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

