Ação Judicial em Foco
A Justiça Eleitoral de Alagoas está prestes a decidir um caso que pode impactar significativamente a composição da Câmara Municipal de Porto Calvo. Nos próximos dias, o tribunal deve deliberar sobre uma ação que investiga uma possível fraude à cota de gênero atribuída ao Partido Liberal (PL) nas eleições de 2024.
De acordo com as denúncias, o PL teria apresentado candidaturas femininas fictícias com o único propósito de atender à exigência legal de que 30% das candidaturas em uma chapa proporcional sejam ocupadas por mulheres. O processo já figurou na pauta do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE/AL) em duas ocasiões, mas as audiências foram adiadas. A expectativa é que o julgamento aconteça na próxima semana, embora ainda não haja uma data definida.
Investigação das Candidaturas
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Fonte: olhardanoticia.com.br
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Fonte: agazetadorio.com.br
Uma das candidatas mencionadas no processo é Angélica da Silva, do PL, que pode ser alvo de uma candidatura considerada irregular. Em sua participação nas eleições, Angélica obteve apenas um voto, não promoveu campanha e apresentou disparidades na prestação de contas. Segundo informações do Ministério Público Eleitoral, ela teria transferido R$ 15,6 mil do Fundo Especial de Financiamento de Campanha para contas pessoais e de terceiros, o que levanta sérias preocupações sobre a legalidade de sua candidatura.
Além dela, outras três candidatas do mesmo partido também estão sob investigação: Edigleide Maria, Ackla Thays e Amara dos Santos. A acusação sugere que essas quatro mulheres podem ter sido utilizadas apenas para facilitar a candidatura dos homens da chapa, configurando, assim, uma fraude à cota de gênero.
Consequências Potenciais
Se o TRE/AL confirmar as irregularidades apontadas, os votos da chapa do PL poderão ser anulados. Esse desdobramento significaria que os atuais vereadores eleitos, David Pedrosa, João Victor Melo e Lamarque Vasconcelos, perderiam seus mandatos. Com isso, as cadeiras na Câmara Municipal seriam redistribuídas para os suplentes Zai e Paulo Lelis, ambos do MDB, além de Júnior do Ferro Velho, do União Brasil.
O desfecho desse caso não só poderá mudar a configuração política da Câmara de Porto Calvo, mas também estabelece um precedente importante sobre a aplicação das normas eleitorais relacionadas à cota de gênero, um assunto que continua a gerar debate em diversas esferas. A expectativa é de que a decisão do TRE/AL traga clareza sobre a legalidade das candidaturas femininas e sobre a seriedade com que as regras eleitorais devem ser respeitadas.