Mudança no Salário Mínimo e Seus Efeitos
O novo salário mínimo estabelecido em R$ 1.631, conforme o Projeto da Lei Orçamentária do governo federal para 2026, deve resultar em um impacto significativo de R$ 120 milhões mensais em Alagoas, o que representa mais de R$ 1,4 bilhão ao longo do ano. Esses dados são baseados em análises do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Esse aumento, equivalente a 7,44% comparado ao salário atual de R$ 1.518, significa um incremento de R$ 113 no valor do salário ao longo de um ano, que ocorrerá na transição de 2025 para 2026.
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Impactos Setoriais em Alagoas
O economista Cícero Péricles de Carvalho ressalta que o novo valor do salário mínimo terá efeitos diretos em três segmentos da população alagoana. Primeiramente, os trabalhadores formais com carteira assinada, que somam cerca de 400 mil pessoas, sentirão a mudança em seus contracheques. Além disso, 560 mil beneficiários da Previdência, cujas rendas como aposentadorias e pensões estão atreladas ao salário mínimo, também serão afetados.
Por último, o impacto se estende aos 400 mil trabalhadores informais, cujos salários, embora não formalizados, se ajustam de acordo com o novo mínimo. Isso resulta em um aumento na renda mensal de mais de um milhão de alagoanos, como destaca Carvalho.
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Setores que Beneficiam do Aumento
Conforme o economista, os setores mais impactados serão o comércio e serviços, em especial aqueles relacionados ao varejo popular, como alimentação, vestuário e serviços pessoais. Esses segmentos são os que mais absorvem os gastos da população das classes C, D e E, que são as mais afetadas pelo aumento salarial. Carvalho explica que as feiras, mercadinhos, padarias, açougues e lanchonetes deverão ser os principais destinos dos gastos gerados por esse incremento.
Reflexos na Economia Geral
Ao analisar o impacto geral dessa mudança, Carvalho considera que o aumento é favorável à economia local. No entanto, ele adverte que o acréscimo de R$ 113 pode não ser suficiente para os que dependem exclusivamente do salário mínimo, representando apenas um alívio modesto nas despesas diárias.
O economista ainda explica que os aumentos mais robustos no salário mínimo enfrentam limitações em três frentes principais. Primeiro, muitas prefeituras, especialmente em áreas menores, podem ter dificuldades para arcar com o novo valor devido à falta de receita. Em segundo lugar, as micro e pequenas empresas, que possuem a folha de pagamento como uma das maiores despesas, poderiam ser severamente impactadas por um aumento acima da taxa de crescimento de seus negócios. Por fim, a Previdência Social, já responsável pelo pagamento de benefícios a 34 milhões de aposentados e pensionistas, também apresenta restrições quanto a aumentos significativos.