Número Alarmante de Foragidos em Alagoas
Victor Bruno da Silva, de apenas 18 anos, é um dos nomes que despertou indignação na sociedade alagoana. Ele é acusado de dopar, agredir e estuprar uma ex-colega de escola em dezembro de 2024. As investigações, que tiveram início após o caso vir à tona, foram concluídas em abril deste ano, mas, mesmo com a prisão decretada pela justiça, o jovem permanece foragido até o momento.
Este caso é apenas uma parte do alarmante quadro de foragidos no estado. De acordo com dados levantados pelo Conselho Nacional de justiça (CNJ), Alagoas possui atualmente 6.488 pessoas procuradas pela justiça. Nesse contexto, a família de Maria Daniela Ferreira, a vítima, faz um apelo desesperado para que Victor seja encontrado e punido por seus atos. As buscas pela captura do suspeito continuam em ritmo intenso.
Criminosos Mais Procurados em Alagoas
A Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP/AL) também apresentou uma lista com os criminosos mais perigosos que ainda estão em liberdade. Os nomes incluem figuras notórias como José Emerson da Silva, conhecido como “Nem Catenga”, de 41 anos; José Mariano dos Santos, apelidado de “Rato”, de 39 anos; e Kayo Nascimento de Magalhães, conhecido como “Cabra”, “99” ou “Rafinha”, de 25 anos. Outros nomes destacados são José Ronaldo da Silva Santos, o “Coroa”, de 42 anos, e Wilson Marques de Albuquerque, o “Zé Dirceu”, de 36 anos.
Nos primeiros sete meses deste ano, a SSP/AL efetuou 639 prisões. Entre os detidos, 177 tinham ligação com homicídios, 119 estavam envolvidos com organizações criminosas, enquanto 84 eram acusados de tráfico de drogas. Além disso, 74 pessoas foram presas por estupros de vulneráveis, refletindo uma preocupação crescente com a violência no estado.
Estratégias de Combate às Facções Criminosas
O delegado Gustavo Henrique, chefe de Inteligência da SSP/AL, ressaltou que a estratégia das autoridades tem sido focar nas facções criminosas, que são responsáveis por grande parte da violência organizada no estado. “Nosso trabalho é direcionado para as facções que mantêm uma estrutura criminosa organizada e que, em consequência, elevam os índices de criminalidade em Alagoas”, explicou.
Além das operações de combate a essas facções, a SSP tem realizado diversas ações para cumprir mandados contra foragidos. Recentemente, as operações Comando Vermelho 1 e 2 foram executadas com esse intuito. Durante essas operações, também há uma constante colaboração com as inteligências de outros estados, uma vez que muitos foragidos se encontram em localidades fora de Alagoas.
Desafios em Operações de Captura
Gustavo Henrique destacou que parte dos criminosos alagoanos se refugia em outras regiões, especialmente no Rio de Janeiro. “Temos enfrentado dificuldades logísticas para realizar operações em comunidades onde esses foragidos podem estar escondidos”, confessou. As barreiras geográficas e o forte armamento das facções criminosas dificultam ainda mais o trabalho policial. Além disso, uma decisão judicial limita a realização de operações em áreas de risco, complicando ainda mais a situação.
Casos Recentes de Captura
As investigações em Alagoas também levaram à prisão de criminosos influentes. Silvestre Santos da Silva, conhecido como “Tubarão” e líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) em Alagoas, foi capturado em uma operação conjunta na cidade de Guarulhos, em São Paulo. Ele era procurado por crimes relacionados ao tráfico de drogas e homicídios em diversas localidades, incluindo Arapiraca e Penedo.
Outro foragido significativo foi Gerlan Macário Calheiros, conhecido como “Caleb”, que foi morto em um confronto com a polícia durante uma operação que visava cumprir mandados de prisão preventiva contra ele por diversos crimes, entre eles tráfico de drogas e homicídio. Em uma ação mais recente, Robson Santos Silva, o “Bina”, que liderava o tráfico em São Miguel dos Campos, também foi capturado em Garanhuns, em Pernambuco. Por fim, Cícero Augusto Amâncio da Silva, conhecido como “Júnior Cabeção”, ligado ao PCC, foi preso em Sorocaba, São Paulo, após um trabalho em conjunto entre as forças de segurança do estado.