Julgamento em Maceió
O julgamento de Janadaris Sfredo, advogada gaúcha acusada de orquestrar o assassinato do advogado alagoano Marcos André de Deus Félix, está agendado para esta quinta-feira (14), a partir das 8h, no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, localizado no bairro Barro Duro, em Maceió. Este caso, que marcou a sociedade alagoana, remete a um crime hediondo ocorrido há 11 anos na Praia do Francês.
Na época, Marcos André, então com 40 anos, foi alvo de disparos e socorrido inicialmente ao Hospital Geral do Estado. Posteriormente, ele foi transferido para o Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA), onde ficou internado por 13 dias, mas infelizmente não sobreviveu.
O Ministério Público Estadual (MPAL) estará representado por Coaracy Fonseca na audiência que pode trazer novas revelações sobre os eventos trágicos que cercaram este caso. O promotor busca a responsabilização plena da acusada, dentro do contexto da lei.
Janadaris Sfredo foi presa em 14 de outubro de 2016, durante uma operação da Polícia Federal no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. A advogada foi detida ainda dentro da aeronave. Por ter formação acadêmica superior, ela foi levada para uma cela especial na Penitenciária de Guaíba, o que gerou bastante repercussão na mídia.
Naquela ocasião, ela não possuía autorização para deixar Alagoas. O delegado do 17º Distrito Policial de Marechal Deodoro, Rodrigo Colombelli, havia planejado sua prisão no Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares, mas Janadaris conseguiu embarcar para o Rio Grande do Sul antes da chegada das autoridades locais.
O Crime que Chocou a Região
O assassinato ocorreu em 14 de março de 2014, na Praia do Francês, um dos locais turísticos mais famosos de Alagoas. Marcos André de Deus Félix foi atingido por vários disparos, vindo a falecer dias depois no HUPAA. A brutalidade do crime e a execução fria chocaram a comunidade local e levantaram questões sobre a segurança na região.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, Janadaris Sfredo e seu parceiro, Sérgio Luiz Sfredo, seriam os mentores do crime. Eles teriam contratado um grupo, incluindo Álvaro Douglas dos Santos, Juarez Tenório da Silva Júnior e Elivaldo Francisco da Silva, oferecendo a quantia de R$ 2 mil para que executassem o assassinato. A motivação teria surgido a partir de desavenças entre o casal e a vítima, que gradualmente se intensificaram ao longo dos anos.
A rivalidade entre as partes remonta a 2010, quando o advogado Marcos representava os proprietários da Pousada Lua Cheia em uma disputa judicial contra inquilinos, defendidos por Janadaris. Após a decisão judicial que favoreceu os proprietários, o relacionamento entre Janadaris e Marcos deteriorou-se.
Com o passar do tempo, Janadaris e Sérgio passaram a administrar a Pousada Ecos do Mar e mudaram-se para uma propriedade próxima à de Marcos André. Relatos da época indicam que o advogado começou a sofrer com provocações constantes, o que impactou negativamente a sua rotina e provocou um clima de tensão na vizinhança.
Expectativas para o Julgamento
Com o julgamento agendado, a expectativa é alta em torno do desfecho desse caso que abalou a sociedade alagoana. Observadores e familiares das vítimas estão atentos aos desdobramentos que podem ocorrer. O debate sobre justiça e segurança, especialmente no que diz respeito a crimes relacionados a disputas pessoais e profissionais, certamente será reavivado com o andamento das audiências. O que ocorrer neste tribunal poderá não apenas trazer fechamento para a família de Marcos André, mas também servir como um alerta para o sistema legal e a sociedade em geral.