Os Benefícios do adestramento para cães e tutores
Os cães são amplamente reconhecidos como os melhores amigos do homem. Para intensificar ainda mais esse laço afetivo e garantir uma convivência harmoniosa, muitos tutores recorrem ao auxílio de adestradores. O adestramento não apenas aborda comportamentos indesejados, mas também pode significativamente melhorar a qualidade de vida do animal, ajudando a tratar questões como ansiedade, estresse, problemas de socialização e traumas.
Lucas Brito, adestrador renomado, destaca a importância do adestramento desde a fase inicial da vida do cachorro. “A partir dos dois meses, já podemos começar a trabalhar em alguns comportamentos, sempre respeitando os limites do animal. Lembrando que o adestramento é um processo gradual e quanto mais cedo começarmos, maiores são as chances de sucesso”, explica Brito.
Embora cães mais velhos também possam se beneficiar do treinamento, a adaptação tende a ser mais lenta por conta da diminuição da aptidão física. Segundo Brito, a consistência nas sessões de treino é fundamental para o progresso. Uma rotina bem estabelecida permite que os cães avancem rapidamente, principalmente em termos emocionais. Os sinais que indicam a necessidade de um adestrador incluem desobediência, destruição de objetos, dificuldades de socialização e comportamentos agressivos.
A Importância da Adaptação dos tutores
Vale ressaltar que a mudança não deve ocorrer apenas no animal. O tutor também precisa se adaptar às transformações. “Assim como o cão, o tutor deve aprender para que, na ausência do profissional, consiga aplicar tudo o que foi ensinado durante as aulas. As mudanças só se concretizarão se nós, adestrador, cachorro e tutores, evoluímos juntos como um time”, enfatiza Lucas Brito.
Infelizmente, casos de maus-tratos e abandono podem gerar traumas profundos nos animais. Os efeitos desse histórico podem ser semelhantes aos que os humanos enfrentam: medo, agitação, reclusão e distúrbios no sono. Nesses contextos, o adestramento deve ser conduzido com cautela, considerando o passado do animal. O profissional deve avaliar os comportamentos pós-traumáticos e adaptar suas abordagens.
O Perfil Diversificado de tutores de cães
O perfil dos tutores que buscam serviços de adestramento é bastante variado. “Não podemos padronizar o tipo de cliente ou de cachorro. Cada um possui sua própria personalidade. O que todos os tutores têm em comum é o amor pelos cães e a busca por uma convivência mais harmoniosa”, observa Lucas.
Um exemplo impactante é o de Tom, um Shih Tzu que carregava um passado de maus-tratos. Após ser resgatado, Tom foi adotado por uma nova família, que, ciente de seu comportamento agressivo, decidiu buscar a ajuda de um adestrador. João Vitor Maciel e sua esposa, Dhara Zaynne, sabiam que a adaptação seria um processo gradual. “Fomos avisados de que o comportamento dele era reflexo das experiências traumáticas que viveu. Ele não se aproximava de nós e tinha medo de carinho”, recorda João Vitor.
Seguindo a sugestão de uma amiga, o casal começou a trabalhar com um adestrador para ajudá-lo a superar seus traumas. “Estamos com Tom há quase quatro meses, e ele já é um cachorro muito diferente. A jornada não foi fácil. Nós também mudamos ao longo do caminho, pois entendemos que amor, cuidado e atenção podem transformar qualquer ser vivo. Com as orientações do adestrador, aplicamos as dicas em casa”, relata João Vitor.
Tom passou por diversas etapas de adaptação, e ainda apresenta algumas sensibilidades, mas as diretrizes do profissional foram cruciais para a construção de uma relação harmônica. “Agora, com mais consciência, conseguimos observá-lo, entender melhor seu comportamento e criar um ambiente saudável para ele e para nós”, conclui o tutor.