Operação Muralha de Aço em Foco
A Polícia Penal de Alagoas lançou ontem a Operação Muralha de Aço, que culminou na transferência de 175 reeducandos de unidades prisionais em Maceió e do Presídio do Agreste, localizado em Girau do Ponciano. Dentre os transferidos, 91 foram identificados como membros e apoiadores da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
A medida, ordenada pela justiça, tem como objetivo frear o avanço de grupos criminosos tanto dentro quanto fora do sistema penitenciário, além de assegurar a ordem e a disciplina nas prisões. Para a realização da transferência, três ônibus, sete viaturas e 70 policiais penais foram mobilizados.
A decisão judicial foi assinada pelo juiz Alexandre Machado, da 16ª Vara de Execuções Penais de Maceió. O magistrado ressaltou que há indícios sólidos da presença da facção no ambiente carcerário, como a apreensão de uma bandeira com símbolos do PCC e cânticos entoados por detentos que exaltavam a organização criminosa. Relatórios emitidos pela Chefia da Unidade Prisional e pela Gerência de Inteligência da Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) alertaram para uma grave ameaça à ordem e à segurança.
“O Presídio do Agreste proporciona melhores condições para o isolamento dessas facções. O Estado possui uma política de segurança que visa concentrar todos os faccionados nessa unidade”, declarou Machado.
Medidas de Isolamento e Segurança
A operação foi conduzida pelo Comando de Operações Penitenciárias (COP) e realizada pelo Grupamento de Escolta, Remoção e Intervenção Tática (Gerit) da Seris. O secretário da Seris, Diogo Teixeira, afirmou que o isolamento dos reeducandos será mantido. “Seguiremos com o compromisso de garantir o controle e a disciplina no sistema prisional, o que resulta em uma diminuição da violência”, destacou.
Durante a recepção dos novos detentos, o juiz Alexandre Machado orientou os reeducandos a respeito das consequências de se associar a facções criminosas. “Alguns de vocês poderiam progredir para o regime semiaberto nos próximos meses, porém, essa decisão poderá ser revertida, resultando em um aumento na pena de 5, 10 ou até 12 anos. Aqueles que insistirem em atos como hastear bandeira ou cantar o hino do PCC serão encaminhados para o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado)”, avisou.