Consequências Imediatas de uma Suposta Rendição do STF
Vamos, por um momento, imaginar um cenário em que a estratégia bolsonarista se concretiza. O Supremo Tribunal Federal, sob pressão, decide ceder a Donald Trump e encerra, de forma abrupta, aquele que muitos chamam de julgamento sem sentido, uma verdadeira “caça às bruxas”. Na próxima sessão da Primeira Turma do STF, o ministro Cristiano Zanin, com uma naturalidade impressionante, anuncia que todos os processos em andamento contra Jair Messias Bolsonaro não têm mais validade. É um encerramento completo. Os autos do processo? Arquivados ou, para ser dramático, incinerados. Com isso, Bolsonaro é liberado, recebendo uma anistia ampla.
Tal decisão, segundo analistas, abriria as comportas para uma série de consequências imprevisíveis. Por exemplo, figuras como Braga Netto e seus aliados políticos, que até então enfrentavam processos, seriam considerados inocentes. A volta de Eduardo Bolsonaro ao pleno exercício do seu mandato, claro, estaria repleta de gás para as eleições de 2026. Zambelli, Allan dos Santos, Paulo Figueiredo e outros que estão foragidos no exterior, de repente, ganhariam um perdão eterno. O cenário do Brasil, assim, seria um de total “pacificação”.
Impacto Político e Judicial em um Cenário Distópico
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Com essa nova situação, o STF, agora sem credibilidade, estaria cada vez mais pressionado. A moral de Flávio Dino, por exemplo, para combater a corrupção e as manobras do Congresso estaria em queda. A coalizão de interesses corruptos no legislativo, ao se sentir impune, se tornaria uma força poderosa, pronta para advogar contra os juízes. A possibilidade do impeachment de ministros do STF se tornaria mais realista.
A presença de Bolsonaro na arena Política, por sua vez, intensificaria uma disputa eleitoral que já se antecipa como uma das mais acirradas. O agronegócio, que tem se mostrado um forte apoiador do ex-presidente, não pararia de promover eventos, buscando reforçar sua imagem. Com um discurso incendiário, Bolsonaro reafirma que “fuzilar a petralhada” continua sendo uma de suas prioridades, desconsiderando críticas.
A Fragilidade do Governo e o Crescimento do Centrão
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À medida que a situação se desenrola, a voracidade do Centrão crescerá sem controle, se aproveitando da fragilidade do governo, que estaria enfrentando um momento sem precedentes de debilidade. Com o STF se retirando do campo de batalha Política, um sistema quase parlamentarista começaria a sufocar o Executivo. Eduardo Bolsonaro, em seus vídeos impactantes, parece acreditar piamente que essa é a realidade iminente.
Lula e seu governo, que já tentam reagir a esses ataques ao Supremo, estariam em uma posição de grave vulnerabilidade. Após declarar para o mundo a independência entre os poderes, o presidente petista perderia a base para sustentar seu discurso, caindo em um cenário onde Executivo e Judiciário se uniriam em um estelionato político e moral. Seria, sem dúvidas, uma rendição com consequências devastadoras.
O Destino de Alexandre de Moraes e o Futuro do STF
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Na fase mais crítica desse cenário distópico, Alexandre de Moraes poderia se ver como uma figura solitária, desmoralizada, buscando negociar votos com senadores para evitar um impeachment. Contudo, o tempo poderia ser curto. Se, porventura, se submeter às demandas dos Estados Unidos, o tribunal poderia encerrar suas atividades, entregando as chaves de suas decisões.
É, sem dúvida, um cenário em que o bolsonarismo se tornaria um fardo insustentável. O resultado? Uma distopia que, por mais absurda que pareça, ainda nos leva a refletir sobre as fragilidades do sistema político e judicial brasileiro.