Sete Hábitos Essenciais para a Saúde do Cérebro
Uma pesquisa recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que a população brasileira com 60 anos ou mais saltou de 15,2 milhões para 33 milhões em apenas duas décadas. A previsão é que, a partir de 2039, os brasileiros idosos superem em número as crianças, trazendo desafios significativos para a saúde pública.
Com esse aumento na faixa etária, redobrar a atenção à saúde é crucial, especialmente no que tange às síndromes demenciais. Com a expectativa de vida em ascensão, a incidência dessas condições também cresce, impactando diretamente a qualidade de vida dos indivíduos.
O Alzheimer, por exemplo, é a forma mais conhecida de demência, mas existem outras variantes como demência vascular, demência frontotemporal e demência por corpos de Lewy. Todas elas se caracterizam pela perda progressiva das funções cognitivas, afetando habilidades como memória, linguagem, raciocínio e julgamento. À medida que as doenças avançam, os idosos podem enfrentar dificuldades em executar tarefas cotidianas, tornando-se cada vez mais dependentes.
Reconhecendo os Sintomas das Síndromes Demenciais
O geriatra Dr. Marcos Blini, da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Uniderp), enfatiza que o diagnóstico precoce é crucial para controlar a progressão das síndromes demenciais. De acordo com ele, quanto mais cedo a condição for identificada, maiores as chances de melhorar a qualidade de vida do paciente e de seus familiares.
“Os sinais de alerta incluem esquecimento frequente de fatos recentes, dificuldades em encontrar palavras, perda de interesse por atividades diárias, desorientação temporal e espacial, mudanças inexplicáveis de humor e a repetição excessiva de perguntas ou histórias. Ao perceber esses indícios, é fundamental procurar um geriatra ou neurologista imediatamente”, recomenda o especialista.
Identificando Fatores de Risco
Dr. Blini também destacou uma série de fatores que podem aumentar a probabilidade de desenvolvimento de demências. Entre eles estão: histórico familiar, tabagismo, consumo excessivo de álcool, doenças como hipertensão, diabetes e colesterol alto não controlados, sedentarismo, isolamento social, traumas cranianos repetitivos e apneia do sono não tratada.
“Vale mencionar que a baixa escolaridade e a perda auditiva são igualmente preocupantes, uma vez que a perda auditiva pode agravar o quadro, isolando o paciente da sociedade e reduzindo os estímulos cognitivos”, acrescenta o geriatra.
Prevenindo Síndromes Demenciais com Hábitos Saudáveis
A prevenção deve ser uma prioridade, mesmo antes do surgimento dos primeiros sintomas, segundo Dr. Blini. Ele alerta que as demências não devem ser vistas como uma parte inevitável do envelhecimento. “Há muito que pode ser feito ao longo da vida para mitigar o risco de desenvolver essas condições. Atividades que estimulam o cérebro, uma alimentação equilibrada, o controle de condições como hipertensão e diabetes, a prática de exercícios físicos e a manutenção de uma vida social ativa são fundamentais para proteger a saúde cerebral”, afirma.
Sete Hábitos para Fortalecer a Saúde do Cérebro
A seguir, confira alguns hábitos que podem ajudar a preservar a saúde do cérebro e prevenir as síndromes demenciais:
- Manter a mente ativa: Engaje-se em leituras, jogos, quebra-cabeças ou aprenda algo novo.
- Praticar exercícios físicos regularmente: Movimentar-se é essencial para a saúde geral.
- Alimentar-se de forma equilibrada: Consuma uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais e gorduras saudáveis.
- Socializar: Conversar, participar de grupos e cultivar vínculos afetivos são essenciais.
- Tratar e controlar doenças crônicas: Mantenha acompanhamento médico adequado.
- Evitar o uso abusivo de medicamentos sedativos: Cuidado com o que se consome.
- Ter um sono de qualidade: O descanso adequado é fundamental.