Entrevistas e Estratégia de Comunicação
Na última quinta-feira, 10 de junho, o presidente Lula optou por entrevistas nos telejornais, abandonando o tradicional pronunciamento em rede nacional. Suas aparições no Jornal Nacional, da Globo, e no Jornal da Record marcaram presença nas duas maiores audiências da televisão aberta do Brasil. Sob a condução de Delis Ortiz, pela Globo, e Christina Lemos, pela Record, Lula enfrentou perguntas sobre a controvérsia do tarifaço americano, buscando fortalecer sua imagem política.
Durante as entrevistas, o presidente não hesitou em criticar Donald Trump e Jair Bolsonaro. A resposta de Bolsonaro, que se referiu a Lula como “ladrão”, foi esperada. Essa retórica ressoou entre os seguidores mais engajados do ex-presidente, mas para um público mais amplo, Lula saiu-se bem nas entrevistas, apresentando-se como um governante confiante. O trabalho da equipe de comunicação foi, sem dúvida, eficaz.
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Estratégia de Comunicação e Diplomacia
Após a divulgação da “carta” de Trump, petistas e aliados começaram a pressionar por uma resposta formal de Lula em uma transmissão em rede nacional. Contudo, a Secretaria de Comunicação avaliou que as entrevistas poderiam gerar maior audiência do que um discurso convencional. O estilo mais solto e improvisado de Lula nas entrevistas pode ter contribuído para sua imagem positiva entre o público.
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A investida de Trump destaca uma separação entre as ações do Planalto e o Itamaraty, com Lula enfatizando a negociação como prioridade. O presidente acredita que a diplomacia, bem como o Ministério das Relações Exteriores, possui ferramentas adequadas para estabelecer acordos. Essa abordagem é especialmente relevante, já que Trump tentou arrastar a questão de Bolsonaro para o terreno das relações comerciais, adotando uma postura mais agressiva.
Projeções e Projetos do Governo
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Durante a entrevista na Record, Lula também fez algumas projeções sobre o futebol brasileiro, uma abordagem que, diga-se de passagem, foi estimulada pelas perguntas da repórter. Aproveitando a oportunidade, ele falou sobre iniciativas do governo nas áreas da saúde, educação e geração de emprego, quase como se estivesse em uma sabatina eleitoral.
A Globo, por sua vez, chamou a situação do tarifaço de “chantagem de Trump” contra a economia do Brasil. A cobertura da emissora tem sido crítica em relação à postura do ex-presidente Bolsonaro, que agora se vê atacado por uma narrativa que remete à má reputação da Globo entre seus apoiadores. Essa abordagem crítica, na avaliação de muitos analistas, pode ser a mais apropriada no contexto atual.