Após o reconhecimento oficial da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) sobre o encerramento do surto de gripe aviária de alta patogenicidade (H5N1) em uma granja comercial no brasil, vários países importadores estão retomando a compra de carne de frango brasileira. Entre os mercados que anunciaram a reabertura estão a Coreia do Sul, o Iraque, o Marrocos e a Bolívia, que informaram ao governo brasileiro a eliminação das restrições. Segundo Luis Rua, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, “os mercados estão gradualmente se reabrindo, e o fluxo comercial está sendo restabelecido. Esse movimento começou desde a autodeclaração do brasil como livre da gripe aviária em seu plantel comercial, feita na última quarta-feira”.
Antes dessa declaração, países como Iraque, Coreia do Sul e Marrocos haviam imposto embargos a todos os produtos brasileiros, enquanto a Bolívia limitava a importação de frango do Rio Grande do Sul. Rua também destacou que a Coreia do Sul, além de retirar o embargo, concordou com um protocolo de regionalização, que limita futuros embargos a apenas ao estado onde novos casos da doença possam ser notificados.
Recentemente, o levantamento do Ministério da Agricultura revelou que a lista de mercados que ainda mantêm suspensas as exportações de carne de frango de todo o brasil caiu de 20 para 17 países. A suspensão temporária das exportações brasileiras abrange nações como China, União Europeia, Chile, Filipinas, Peru, Albânia, Canadá, República Dominicana, Uruguai, Malásia, Mauritânia, Argentina, Timor Leste, Índia, Sri Lanka, Macedônia do Norte e Paquistão.
Esses países suspenderam a importação de produtos avícolas do brasil e, em resposta, o brasil interrompeu a certificação das exportações, conforme estipulado no acordo sanitário estabelecido com cada nação. As suspensões, que são temporárias e cautelares, abrangem não apenas o território brasileiro, mas também restrições específicas ao Estado do Rio Grande do Sul, à cidade de Montenegro e a um raio de 10 quilômetros da área onde o foco da doença foi identificado, conforme acordado no protocolo sanitário com os países importadores.
Além disso, ainda existem 17 mercados que proíbem as exportações de frango proveniente do Rio Grande do Sul. Entre eles estão Arábia Saudita, México, Kuwait, Reino Unido, Omã, África do Sul, União Euroasiática (que inclui Rússia, Belarus, Armênia e Quirguistão), Angola, Turquia, Bahrein, Cuba, Montenegro, Namíbia, Casaquistão, Bósnia e Herzegovina, Tajiquistão e Ucrânia.
Os países como Japão, Emirados Árabes Unidos, Catar e Jordânia suspenderam as compras de carne de frango e seus derivados especificamente do município de Montenegro (RS), onde o surto foi detectado. De acordo com o protocolo estabelecido entre esses países e o brasil, 18 outros mercados limitaram a suspensão das exportações a um raio de 10 quilômetros do local do foco da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP).
As expectativas do governo brasileiro são otimistas, pois acreditam que, com o encerramento do foco da doença em plantéis comerciais, mais países importadores possam flexibilizar as restrições existentes sobre o frango nacional. O Ministério da Agricultura já notificou as nações importadoras sobre a recuperação do status de livre de gripe aviária em seu plantel comercial. Porém, a autorização para a retomada dos embarques depende da validação por parte das autoridades sanitárias de cada país.
O governo brasileiro está ativamente engajado em negociações com países importadores de produtos avícolas para a flexibilização das proibições em relação à carne de frango e seus derivados. As discussões estão em curso com o intuito de mitigar os impactos do primeiro surto de gripe aviária em plantéis comerciais no brasil, buscando preservar a saúde da balança comercial do agronegócio brasileiro. Essa estratégia visa garantir que o setor avícola nacional possa retomar seus níveis de exportação, assegurando a competitividade e a confiança do mercado internacional na qualidade dos produtos brasileiros.