As chuvas intensas que afetaram maceió recentemente resultaram em um aumento no número de desalojados, destacando a importância da preparação para o período chuvoso. A estação do inverno em alagoas começa nesta sexta-feira, dia 20, exatamente às 23h42, e se estenderá até as 15h19 do dia 15 de setembro. De acordo com as previsões meteorológicas, a expectativa é de que as chuvas alcancem volumes acima da média, especialmente ao longo da primeira quinzena de agosto, enquanto as temperaturas no Sertão alagoano devem apresentar uma queda significativa.
Vinícius Pinho, superintendente de Prevenção em Desastres Naturais da Secretaria do Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de alagoas (semarh-AL), ressalta que a configuração climática de alagoas difere de outras partes do Brasil, não apresentando as quatro estações do ano de forma bem definida. Ele explica que o inverno alagoano é caracterizado por duas fases distintas. A primeira metade é ainda parte da quadra chuvosa, trazendo temperaturas amenas em todo o estado. No Alto Sertão, as mínimas matinais ficam entre 17 e 18 graus, enquanto em maceió, as máximas raramente superam os 28 ou 29 graus. Os meses de junho e julho são particularmente chuvosos, com a primeira quinzena de agosto continuando a trazer precipitações significativas.
Na segunda metade do inverno, ocorre uma transição gradual para o período seco, com uma diminuição progressiva no volume de chuvas e um aumento nas temperaturas. Durante essa fase, também se observa uma mudança no padrão dos ventos, que normalmente sopram do sul-sudeste e passam a ventar mais de sudeste e leste, tornando-se menos frios e úmidos. Para este ano, Pinho alerta que há uma previsão de chuvas acima da média, especialmente em julho e no início de agosto, o que pode aumentar a probabilidade de eventos climáticos severos.
Fernanda Liz, supervisora de gestão de banco de dados da semarh, complementa que a formação de nevoeiros é uma ocorrência comum nas regiões sertanejas, notadamente nas primeiras horas da manhã e durante as madrugadas, o que pode impactar a visibilidade e a rotina dos moradores.
Essas previsões climáticas não são novidades para os conhecidos “profetas das chuvas” do Sertão alagoano, que, desde fevereiro deste ano, já previam um inverno com fortes chuvas. Eles realizam suas previsões com base na observação atenta de fenômenos naturais, como o comportamento das plantas, a formação das nuvens, o movimento dos astros e até mesmo o comportamento dos animais.
Genivaldo Vieira, popularmente conhecido como Geno, afirma que todos os profetas das chuvas são defensores da natureza, ressaltando que é a própria natureza que inspira suas previsões. Para Geno, a análise da formação das nuvens, os ciclos da lua em janeiro e o estado dos galhos das aroeiras são indicadores de um bom inverno. Ele acredita que, com base em suas observações, incluindo as barras de natal e de ano novo, assim como os ciclos lunares, este ano se mostra promissor para os agricultores.
Outros fenômenos naturais, como o brilho das Três Marias, a produtividade das safras de manga, a posição dos ninhos do João de Barro e a condição dos cachos do coco ouricuri, também são levados em conta pelos profetas para prever a chegada das chuvas. Sebastião Damasceno, outro conhecido profeta da região, menciona que a observação do nascer do sol em 2 de fevereiro, a formação das nuvens e a ocorrência de chuvas no final do dia são sinais de que a quadra chuvosa será favorável.
Diante dessas previsões e de um inverno que promete ser intenso, a população alagoana é orientada a se preparar adequadamente, adotando medidas de prevenção e cuidado para minimizar os impactos das chuvas na vida cotidiana e na agricultura. A conscientização sobre o clima e suas variações é fundamental para garantir a segurança e o bem-estar da comunidade durante esse período.
