A Secretaria de Estado da Comunicação (Secom) de alagoas, comprometida com os princípios da Comunicação Pública, que incluem a defesa do interesse coletivo e a promoção da transparência, anunciou os resultados de uma consulta pública significativa. Essa iniciativa teve como objetivo reunir opiniões sobre os critérios que o Governo de alagoas utiliza na veiculação de sua publicidade institucional. O formulário, que esteve acessível ao público entre os dias 25 de abril e 12 de maio, recebeu um total expressivo de 171 respostas, proporcionando contribuições valiosas que servirão como guia para o aprimoramento da política de comunicação pública do Estado.
Os dados coletados revelaram que uma maioria significativa dos cidadãos alagoanos acredita que a publicidade institucional deve ser veiculada em meios de comunicação que priorizam a qualidade da informação. Aproximadamente 75% dos participantes expressaram a preferência por anúncios em veículos de comunicação locais ou especializados, ressaltando a relevância da regionalização e a democratização do acesso à informação. Essa percepção reforça a importância de estratégias de comunicação que atendam às necessidades de públicos específicos, garantindo que a mensagem pública chegue de maneira eficaz e responsável.
O secretário de Comunicação, Wendel Palhares, destacou que esta é a primeira vez que os cidadãos alagoanos têm a oportunidade de influenciar como os recursos destinados à comunicação pública são investidos. Ele enfatizou que, com base nas respostas obtidas, ficou claro que a responsabilidade na produção de conteúdo, a regionalização e a construção de confiança são valores essenciais exigidos pelos cidadãos dos veículos que se propõem a veicular anúncios do Estado. Palhares anunciou que a Secom planeja convocar, em breve, uma reunião com órgãos de controle, entidades representativas do setor, agências de publicidade e outros poderes, com o objetivo de discutir a minuta da instrução normativa que irá direcionar a contratação de sites, blogs e portais pelo Governo do Estado. Ele ressaltou a intenção de democratizar o acesso à publicidade institucional, estabelecendo critérios técnicos claros para a contratação, além de promover a profissionalização dos veículos de comunicação e assegurar a responsabilidade sobre o conteúdo veiculado. O secretário concluiu, afirmando que haverá uma política de tolerância zero em relação à desinformação.
Em relação à visibilidade da publicidade institucional, 94,7% dos participantes da consulta afirmaram ter visto campanhas do governo na internet. Quando questionados sobre os critérios que devem ser utilizados na escolha dos veículos de comunicação, 71,3% dos respondentes destacaram a importância do compromisso com o combate à desinformação, enquanto 69% apontaram a qualidade do conteúdo jornalístico como um fator determinante para a veiculação de anúncios. Apenas 12% dos participantes acreditam que o foco deve ser exclusivamente em veículos de maior alcance, enquanto 12,9% argumentaram que a democratização da informação não depende apenas do número de acessos, mas também da qualidade editorial dos meios de comunicação. Além disso, 75,4% defenderam que os anúncios sejam também veiculados em sites menores, que têm forte presença local.
A consulta também abordou questões relacionadas à transparência e à credibilidade. Um expressivo 84,2% dos participantes acreditam que o governo deve evitar anunciar em sites que tenham um histórico de disseminação de fake news ou que não apresentem responsáveis identificáveis. Além disso, 83,6% dos respondentes concordaram que somente veículos previamente cadastrados e aprovados pela Secom devem estar aptos a receber publicidade institucional.
Houve um consenso entre os participantes sobre a necessidade de transparência no processo de contratação, com 86,5% apoiando a ideia de que a plataforma de cadastro dos veículos de comunicação deve ser pública e incluir um canal para denúncias ou reclamações. As respostas qualitativas coletadas durante a consulta reforçaram a alta valorização do jornalismo profissional, a importância da transparência nas contratações e a necessidade de fortalecer a comunicação regional. Os participantes também sugeriram a ampliação do uso de formatos acessíveis e atraentes, como vídeos curtos, infográficos e podcasts, para aumentar o alcance e o engajamento com as mensagens públicas.
Embora a avaliação geral tenha sido positiva, os participantes identificaram oportunidades claras para melhorar a democratização da informação e valorizar ainda mais a imprensa responsável. Isso pode ser alcançado por meio da adoção de critérios mais justos, técnicos e com um foco maior na regionalização das campanhas, garantindo que a comunicação pública atenda efetivamente às necessidades e expectativas da população alagoana.