**otan Anuncia Expansão de Investimentos em Defesa: Aumento de 5% do PIB para Países-Membros**
Em uma reunião crucial realizada em Haia, na Holanda, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (otan), Mark Rutte, revelou um plano audacioso que exigirá que todos os países-membros aumentem seus investimentos em defesa para um mínimo de 5% do Produto Interno Bruto (PIB). Esta decisão, anunciada nesta segunda-feira (23), representa um marco significativo nas políticas de segurança da aliança militar, refletindo a crescente preocupação com a instabilidade global e a necessidade de uma resposta robusta a ameaças externas.
Durante a cúpula, Rutte enfatizou a importância da unidade entre os membros da otan, destacando que a decisão foi unânime e visa fortalecer a defesa coletiva da aliança. “Estamos diante de um mundo cada vez mais perigoso, e este aumento substancial nos investimentos em defesa é um passo necessário para garantir nossa segurança no futuro”, afirmou Rutte, ressaltando que essa nova diretriz estabelece uma base sólida para a defesa de todos os países envolvidos.
O impacto dessa nova meta financeira será profundo, com o secretário-geral descrevendo o plano como um “salto gigantesco” nos níveis de investimento em defesa. “Estabelecer 5% do PIB a serem alocados para a defesa representa um compromisso histórico e fundamental. É uma ação que transcende fronteiras e reflete nossa determinação em proteger nossos cidadãos”, disse ele em entrevista à imprensa.
Um dos principais focos desse aumento será a defesa aérea, com os países-membros da otan se comprometendo a quintuplicar seus investimentos nessa área crítica. Rutte citou a situação na Ucrânia como um exemplo claro da necessidade de se preparar adequadamente para ameaças aéreas, mencionando o uso de ataques aéreos por parte da Rússia. “Devemos estar prontos para nos defender contra esse tipo de ataque, que se tornou uma realidade diária para a Ucrânia”, afirmou.
Além disso, o secretário-geral revelou que a otan planeja destinar mais de 35 bilhões de euros (aproximadamente R$ 221 bilhões) em ajuda militar à Ucrânia neste ano, destacando a importância do apoio contínuo a um país que enfrenta uma agressão externa. Rutte também declarou que a adesão da Ucrânia à otan é um processo irreversível, prevendo que essa integração ocorrerá em um futuro próximo.
Em relação à segurança global, Rutte mencionou que, caso a Rússia inicie um conflito, a resposta dos membros da otan seria devastadora, sublinhando a seriedade com que a aliança considera a segurança de seus países. Ele também abordou o recente envolvimento dos Estados Unidos no conflito entre Israel e Irã, acusando o Irã de estar diretamente implicado na guerra contra a Ucrânia, fornecendo drones para as forças russas. Rutte defendeu ainda que as ações dos EUA contra instalações nucleares iranianas não violaram nenhuma norma internacional.
A proposta de aumento dos gastos em defesa para 5% do PIB segue uma demanda antiga dos Estados Unidos, especialmente após a reeleição de Donald Trump, que destacou a necessidade de aumentar os investimentos em segurança por parte dos aliados. Atualmente, os Estados Unidos são um dos poucos países que atingem ou superam esse percentual, enquanto a maioria dos membros da otan apresenta investimentos que variam entre 2% e 3,5% do PIB.
Apesar do consenso geral, a Espanha expressou suas reservas quanto ao aumento obrigatório. O governo espanhol afirmou que a cúpula garantirá a flexibilidade necessária para não ser pressionado a atingir a nova meta imediatamente. Contudo, Rutte afirmou que não haveria exceções à nova regra de 5% do PIB em gastos de defesa, e que todos os países, incluindo a Espanha, deveriam trabalhar em direção a esse objetivo.
A Alemanha, por sua vez, anunciou planos de aumentar seu orçamento de defesa para 3,5% do PIB até 2029, conforme as diretrizes estabelecidas pela otan. Atualmente, o país destina cerca de 2,4% do PIB para a defesa, e o compromisso de aumentar esse percentual está em linha com as novas exigências.
O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, ressaltou que seu país decidirá o ritmo de implementação do aumento nos gastos com defesa, sublinhando que cada membro deve ter autonomia para adaptar suas políticas à nova realidade proposta pela otan.
Com essas medidas, a otan busca não apenas aumentar a capacidade de defesa de seus membros, mas também reforçar a coesão e a solidariedade dentro da aliança, preparando-se para os desafios da segurança global contemporânea.