O governo do brasil expressa profunda preocupação diante da crescente escalada militar no Oriente Médio e condena de maneira veemente os ataques realizados por Israel e, mais recentemente, pelos Estados Unidos, às instalações nucleares do Irã. Segundo nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores, essas ações são vistas como uma grave violação da soberania iraniana e do direito internacional. O Itamaraty enfatiza que qualquer tipo de ataque armado a instalações nucleares constitui uma transgressão manifesta da Carta das Nações Unidas, além de desrespeitar normas estabelecidas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Tais ataques não apenas representam uma clara ameaça à segurança da população civil, mas também expõem essas comunidades a riscos de contaminação radioativa e a potenciais desastres ambientais de escala significativa.
O governo brasileiro, ao reafirmar sua posição histórica em favor do uso pacífico da energia nuclear, reitera sua condenação firme a qualquer forma de proliferação nuclear, especialmente em regiões caracterizadas por instabilidade geopolítica, como o Oriente Médio. Em sua declaração, o Itamaraty também manifesta repúdio aos ataques a áreas densamente povoadas, que têm resultando em um aumento alarmante de vítimas e danos à infraestrutura civil, incluindo hospitais, que são protegidos pelo direito internacional humanitário.
Além de solicitar que todas as partes envolvidas no conflito exerçam máxima contenção, o brasil destaca a necessidade urgente de buscar uma solução diplomática que possa interromper o ciclo de violência e abrir espaço para negociações de paz. As repercussões negativas da atual escalada militar poderão causar danos irreversíveis à paz e à estabilidade não só na região, mas também em escala global, afetando o regime de não proliferação e desarmamento nuclear.
Recentemente, o conflito se intensificou quando Israel, alegando que o Irã estaria próximo de desenvolver armamento nuclear, lançou um ataque surpresa contra o país no dia 13 de junho. Este ataque marcou uma nova fase na guerra no Oriente Médio e provocou uma resposta militar significativa. Apenas uma semana depois, no dia 21, os Estados Unidos realizaram ataques a três usinas nucleares iranianas: Fordow, Natanz e Esfahan, aumentando ainda mais a tensão na região.
O Irã, por sua vez, defende que seu programa nuclear é voltado exclusivamente para fins pacíficos e que se encontrava em meio a negociações com os Estados Unidos para estabelecer acordos que garantissem a conformidade com o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, do qual é signatário. No entanto, a AIEA tem acusado Teerã de não cumprir integralmente suas obrigações, embora reconheça a falta de provas concretas de que o país esteja desenvolvendo uma bomba atômica. O Irã, por sua parte, critica a agência, alegando que suas ações são motivadas politicamente e influenciadas por potências ocidentais, como os Estados Unidos, França e Grã-Bretanha, que têm apoiado Israel em sua guerra contra o país persa.
Em um cenário mais amplo, em março, a Inteligência dos Estados Unidos havia afirmado que o Irã não estava em processo de construção de armas nucleares, uma informação que agora é contestada pelo próprio presidente Donald Trump. Apesar da resistência de Israel em aceitar que Teerã possua armas nucleares, diversos relatos ao longo das décadas indicam que o Irã mantém um extenso programa nuclear secreto desde a década de 1950, o que levantou preocupações sobre o desenvolvimento de pelo menos 90 ogivas atômicas.
Diante deste contexto de tensões e incertezas, a comunidade internacional observa com atenção as movimentações políticas e militares na região, ansiosa por soluções que possam garantir a paz e a segurança de todos os envolvidos. O brasil, mantendo sua posição de diplomacia e diálogo, continua a defender a necessidade de um processo de paz que priorize a segurança e a estabilidade no Oriente Médio, promovendo um ambiente onde a cooperação e a confiança possam florescer entre as nações.