Em janeiro de 2025, o marqueteiro Sidônio Palmeira foi designado para liderar a comunicação do governo, com a missão de reverter a queda na popularidade do presidente lula. A expectativa era alta: em apenas 90 dias, a aprovação do presidente deveria refletir as conquistas de sua administração. Essa visão otimista, apresentada pelo novo ministro, parecia promissora. No entanto, cinco meses após sua chegada, a realidade se mostrou bem diferente. A crise política escalou, complicando ainda mais a situação. O que exatamente está acontecendo?
O cenário político é complexo e, em muitos casos, o marketing político acaba protegendo os profissionais envolvidos, mesmo diante de resultados insatisfatórios. Sidônio é considerado um especialista em sua área, mas o contexto atual da administração não favorece sua atuação. Essa análise é comum entre muitos veículos de comunicação que abordam o tema. Entretanto, é difícil avaliar o impacto real do trabalho de Palmeira a partir de uma perspectiva externa, uma vez que o que prevalece são especulações e conjecturas.
Desde que assumiu a Secretaria de Comunicação (Secom), há cinco meses, Palmeira já tinha ciência da gravidade da situação. E não era apenas ele; todos os envolvidos na política, tanto no governo quanto fora dele, estão cientes das dificuldades que o presidente enfrenta no congresso. A Câmara dos Deputados tornou-se um verdadeiro campo de batalha, repleto de adversidades para lula, com uma maioria disposta a obstruir qualquer proposta enviada pelo Executivo. A sensação é de uma luta quase perdida.
Nos principais meios de comunicação, a narrativa se mantém constante, e a pressão é incessante: “É preciso cortar gastos”. O governo não consegue escapar desse cerco midiático. As críticas estão presentes em cada reportagem e coluna de opinião, onde se acusa lula de querer aumentar impostos e continuar com uma suposta “gastança”. Diante desse panorama desafiador, não há estratégia de marketing que consiga barrar a avalanche de críticas da oposição.
Qualquer movimento no Palácio do Planalto parece ser um prenúncio de uma nova crise, seja ela genuína ou criada. Os episódios envolvendo a primeira-dama, Janja da Silva, são um exemplo claro disso. Em meio a esse turbilhão, o comportamento de lula se destaca, pois ele parece manter uma calma desconcertante. Há quem sugira que o presidente está em uma “realidade paralela”, com declarações e ações que parecem desconsiderar a gravidade da tempestade política que se aproxima.
A chegada de Sidônio à Secom foi vista como parte de uma reforma ministerial que, na prática, nunca se concretizou. O presidente enfrenta dificuldades nessa reestruturação de sua equipe. Um caso emblemático é o de Guilherme Boulos, que foi “nomeado” pela mídia a partir de informações vazadas pelo próprio lula, mas até o momento não se sabe se o deputado realmente assumirá um cargo no governo.
O governo de lula continua sob ataque em duas frentes: é criticado publicamente e exposto a um bombardeio midiático sem precedentes. De um lado, há a autossabotagem, com aliados disparando críticas internas que minam a confiança e a imagem do governo. Do outro, a oposição no congresso atua com uma ferocidade que nunca foi vista antes na história política do Brasil. O resultado dessa combinação explosiva é um retrato de instabilidade e incerteza. A estratégia de marketing, que deveria ser uma ferramenta de fortalecimento, acabou se revelando ineficaz diante dos desafios enfrentados. A situação é crítica, e o futuro da administração lula depende de ações rápidas e eficazes para reverter esse quadro.