**Análise do machismo e da Violência em maceió: Uma Realidade Alarmante**
Na madrugada de 13 de junho de 2025, um trágico incidente em maceió resultou na morte de três pessoas: um major aposentado, um sargento e uma criança. A cobertura da imprensa alagoana frequentemente aponta a Polícia Militar como responsável por essa tragédia, mas é fundamental abordar um aspecto que muitas vezes é negligenciado nas manchetes: o machismo que alimenta a violência contra as mulheres no Brasil.
O major reformado, figura central do ocorrido, foi morto pelas autoridades após cometer um crime horrendo, no qual assassinou seu cunhado e um filho de apenas dez anos. A verdadeira intenção por trás de suas ações, no entanto, era eliminar sua ex-companheira, que, por sorte, conseguiu escapar. Infelizmente, essa situação se torna cada vez mais comum em nosso país, onde, diariamente, um homem decide tirar a vida de uma mulher, muitas vezes motivado por um sentimento de posse e controle sobre o outro.
O padrão de comportamento que leva a esses crimes é alarmante. Muitos homens, ao não aceitarem o fim de um relacionamento, veem a parceira como propriedade, negando a ela o direito de decidir sobre sua própria vida. É crucial ressaltar que a tragédia envolvendo o major não decorreu de supostas falhas na saúde mental dos policiais. Ele estava aposentado e, portanto, longe da pressão diária que os membros ativos da corporação enfrentam.
De acordo com o mais recente Mapa da Segurança Pública, divulgado pelo Ministério da Justiça, os índices de feminicídio no Brasil continuam a subir. Em 2024, foram registrados 1.459 casos, o que representa uma média alarmante de quatro assassinatos de mulheres por dia. Essa realidade é um dos maiores desafios enfrentados por qualquer governo, especialmente para aqueles que subestimam a questão, tratando-a como um mero “mimimi”.
É inegável que as forças de segurança em todo o país carecem de uma formação adequada para lidar com essas questões. A violência policial, que frequentemente se manifesta nas periferias, é um reflexo de um sistema que não prioriza a educação e treinamento necessários para seus integrantes. No entanto, é essencial não confundir as causas da violência contra a mulher com a suposta pressão psicológica enfrentada pelos policiais. Problemas complexos não podem ser explicados de forma simplista, e soluções fáceis não são adequadas para desafios tão sérios.
Importante notar que a maioria dos perpetradores de feminicídio não é composta por policiais. Se a violência contra as mulheres está relacionada à saúde mental dos homens, então devemos estender essa preocupação a diversas categorias profissionais, como políticos, advogados, empresários e jornalistas, que também devem procurar apoio psicológico. A saúde mental é uma questão que deve ser tratada de forma abrangente, e não apenas circunscrita às forças de segurança.
Voltando ao caso específico, o major Pedro Silva tinha um histórico de violência doméstica, tendo sido preso em janeiro sob a Lei Maria da Penha. Essa informação é crucial, pois demonstra que seu comportamento violento não estava ligado à pressão da vida policial, da qual ele já havia se afastado. O ato cometido por ele é um retrato claro do machismo endêmico que persiste em nossa sociedade, um fenômeno que ceifa vidas e perpetua um ciclo de violência.
Para concluir, é preocupante observar que figuras políticas estão rapidamente levantando propostas para “proteger a saúde psicológica” das forças policiais, uma demagogia que não se sustenta diante da realidade que enfrenta as mulheres no Brasil. Essa retórica vazia frequentemente esconde a verdadeira questão: o machismo que resulta em assassinatos e que, em muitos casos, é alimentado por uma cultura que não só tolera, mas, em algumas circunstâncias, incentiva essa brutalidade. É fundamental que a sociedade e as autoridades se mobilizem para enfrentar essas questões com seriedade, promovendo a educação e políticas que realmente protejam as mulheres e combatam a violência de gênero de forma eficaz.