Em 17 de junho de 2025, às 14h47, o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) anunciou a solicitação de penas que somam quase 255 anos de prisão para oito indivíduos envolvidos na Operação Trapaça, uma investigação de grande repercussão. A denúncia, elaborada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (Gaesf), revela a existência de uma organização criminosa que se dedica a fraudes complexas, exploração de jogos de azar online, lavagem de dinheiro e manipulação de rifas. Essa ação evidencia a crescente preocupação com atividades ilícitas que afetam a integridade econômica e social.
A investigação teve início com a análise das operações do cassino virtual conhecido como “Fortune Tiger”, popularmente chamado de jogo do tigrinho. A notoriedade deste jogo se deu por meio de campanhas agressivas promovidas por influenciadores digitais, que atraíram um grande número de participantes. De acordo com os relatos na denúncia, a organização criminosa é chefiada por um ex-policial militar, que levava uma vida de ostentação nas redes sociais. Ele divulgava links e grupos de apostas fraudulentas, além de manipular rifas juntamente com outros influenciadores denunciados, demonstrando um envolvimento direto em atividades de lavagem de dinheiro.
A denúncia também revela que as rifas manipuladas eram amplamente promovidas nas redes sociais, onde havia fortes indícios de que os sorteios eram fraudulentos. Essas ações visavam beneficiar integrantes da organização criminosa às custas dos participantes, que eram levados a acreditar na legitimidade dos sorteios. “Essa prática, além de ser ilegal, ressalta o caráter enganoso das atividades dos criminosos, que utilizavam promessas falsas de prêmios para atrair vítimas e validar seu esquema ilícito”, comentou o promotor de Justiça e coordenador do Gaesf, Cyro Blatter.
O total de penas solicitadas pelo MPAL inclui 77 anos e cinco meses de reclusão para o líder da organização criminosa e, para os outros sete denunciados, penas que somam 177 anos e dois meses, totalizando 254,7 anos de prisão para todos os envolvidos. Entre os denunciados estão o proprietário formal de veículos de luxo que pertencem ao suposto líder, sua esposa, que também promove jogos e rifas, e um sócio de uma das empresas investigadas. A denúncia ainda aponta evidências de fraudes bancárias e o uso de “laranjas” para ocultar bens, como veículos de alto valor registrados em nome de terceiros, mas que eram exibidos nas redes sociais dos denunciados.
“Com mais essa ação proposta pelo Gaesf, o Ministério Público de Alagoas reafirma seu compromisso em combater a criminalidade organizada, a lavagem de dinheiro e a manipulação de rifas, além de proteger a ordem econômica e social”, destacou Cyro Blatter, ressaltando a importância de ações rigorosas contra práticas ilícitas que afetam a sociedade.
O nome da Operação Trapaça foi escolhido para refletir o engano que estas atividades criminosas impõem às vítimas, levando-as a acreditar que poderiam alcançar uma ascensão financeira rápida através de jogos de apostas, o que, na realidade, é uma ilusão alimentada pela manipulação e desonestidade dos envolvidos. O Gaesf, por sua vez, é uma força-tarefa composta por representantes do Ministério Público do Estado de Alagoas, da Secretaria de Estado da Fazenda, da Procuradoria-Geral do Estado, das Polícias Civil e Militar, da Secretaria de Estado da Ressocialização e Inclusão Social, e da Polícia Científica, unindo esforços para erradicar a criminalidade e proteger a sociedade.
Esta operação demonstra a determinação das autoridades em desmantelar esquemas de fraudes e lavagem de dinheiro, reforçando a importância da vigilância e da colaboração entre diferentes órgãos para promover um ambiente mais seguro e justo para todos. A luta contra a criminalidade organizada é um desafio constante, e ações como a Operação Trapaça são fundamentais para desarticular redes criminosas e proteger a integridade da ordem econômica.