**Divulgação do “Tigrinho” Pode Render até 250 Anos de Prisão a Criminosos**
No dia 9 de junho de 2025, o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) apresentou uma denúncia significativa no contexto da Operação Trapaça, que investiga uma organização criminosa (Orcrim) envolvida em uma série de atividades ilegais, incluindo fraudes estruturadas, exploração de jogos de azar online, lavagem de dinheiro e manipulação de rifas. A ação legal proposta pelo Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (Gaesf) visa a condenação de oito indivíduos, cujas penas totalizadas podem ultrapassar 255 anos de reclusão.
A investigação teve como ponto de partida o cassino virtual chamado “Fortune Tiger”, amplamente conhecido como o jogo do tigrinho. Esse jogo ganhou notoriedade através de campanhas agressivas realizadas por influenciadores digitais nas redes sociais, que promoveram o cassino para um público cada vez maior. Conforme detalha a denúncia, a organização criminosa é liderada por um ex-policial militar que, ao longo do tempo, construiu uma imagem de luxo nas plataformas digitais. Ele utilizava essas redes para divulgar links e grupos de apostas, além de se envolver em rifas manipuladas, em colaboração com outros influenciadores acusados de crimes semelhantes e práticas ilícitas de lavagem de dinheiro.
A denúncia também elucida a manipulação de rifas que ocorriam nas redes sociais, onde há fortes indícios de que os sorteios eram fraudulentos, beneficiando apenas membros da Orcrim e prejudicando os participantes. O promotor de Justiça e coordenador do Gaesf, Cyro Blatter, enfatizou a gravidade dessa prática, que não apenas é ilegal, mas também revela a natureza enganosa das atividades perpetradas pelos criminosos. Esses indivíduos utilizavam promessas fraudulentas de prêmios atrativos como isca para atrair vítimas, legitimando, assim, seu esquema criminoso.
Entre os acusados, destacam-se o proprietário de veículos de luxo utilizados pelo líder da organização, sua esposa, que também participa da divulgação de jogos e rifas, e um sócio de uma das empresas sob investigação. A denúncia aponta ainda para evidências de fraudes bancárias e a utilização de “laranjas” para ocultar bens, como veículos de alta gama registrados em nome de terceiros, mas que são exibidos nas redes sociais pelos investigados, reforçando a fachada de sucesso e legitimidade do grupo.
No total, os oito influenciadores digitais denunciados enfrentam penas severas. Para o líder da Orcrim, o Ministério Público solicitou uma condenação de 77 anos e cinco meses, enquanto as penas para os outros sete denunciados somam 177 anos e dois meses, totalizando impressionantes 254,7 anos de prisão para todos os envolvidos.
A Operação Trapaça, desencadeada em dezembro do ano anterior, destaca-se como um esforço contínuo do Ministério Público de Alagoas para combater a criminalidade organizada, a lavagem de dinheiro e a manipulação de rifas. Cyro Blatter reiterou o compromisso da instituição em proteger a ordem econômica e social, ressaltando a importância de ações rigorosas contra práticas ilegais que visam enganar os cidadãos em busca de soluções financeiras rápidas.
A operação ilustra o engano sistemático que as vítimas enfrentam ao serem atraídas para jogos de apostas, que prometem uma ascensão econômica rápida, mas que, na realidade, são armadilhas projetadas para explorar a vulnerabilidade dos participantes. Com a intensificação das investigações e o fortalecimento das ações do MPAL, espera-se que mais pessoas sejam conscientizadas sobre os riscos associados a essas atividades fraudulentas e que os responsáveis sejam punidos de acordo com a gravidade de seus crimes. O combate a essas práticas é crucial para preservar a integridade das operações financeiras e a confiança pública nas plataformas de jogos e apostas online.